O líder do PSDB na Assembléia, deputado Sérgio Spada (PSDB), pretende reunir a bancada de seis deputados no início da semana para definir a postura do partido nas sessões, depois da acusações de Lerner sobre os desvios de Maringá. O governador declarou que a culpa pelas fraudes é da oposição, referindo-se ao ex-prefeito tucano Jairo Gianoto. Até agora, os tucanos vinham oscilando, ora na oposição, ora no apoio ao Palácio Iguaçu.
O deputado, que foi secretário de Defesa do Consumidor de Lerner, adiantou os rumos: ‘‘Sinto que o PSDB marcha cada dia mais para a oposição. Dá para perceber no dia-a-dia. Mas a decisão formal vai depender do voto da maioria. E eu, como líder da bancada, terei que respeitar a decisão.’’ Dos seis deputados tucanos, apenas José Maria Ferreira pertence declaradamente à oposição. O restante tradicionalmente apóia o governo.
Spada diz que ficou decepcionado com as declarações de Lerner. ‘‘Não dá para aceitar esse tipo de comportamento’’. Ele devolveu o questionamento feito pelo governador: ‘‘De qual partido era o ex-prefeito de Maringá? Quem é que o Jairo Gianoto apoiou enquanto foi prefeito?’’, replicou.
Sobre o rombo em Maringá, Spada relembrou o que fez. ‘‘Assim que ficamos sabendo dos desvios, resolvemos expulsar Jairo Gianoto do PSDB, mas ele se desfiliou antes. Não podemos concordar com a corrupção’’, concluiu.
Um indicativo da tendência oposicionista que amadurece entre os tucanos é a disposição de Spada de apoiar a empreitada da bancada de oposição, que pretende instalar uma CPI ou uma comissão suprapartidária para investigar as denúncias de desvios em Maringá e quem seriam os seus beneficiários. ‘‘Apurar essa história é uma obrigação da Assembléia’’, disse.
O descontentamento da base de apoio ao governo na Casa, que conta com 40 dos 54 deputados, está mobilizando o Palácio. O líder do governo, Durval Amaral (PFL), e o chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, estão afiando o discurso e trabalhando para acalmar os ânimos no Legislativo. (M.D.)