Provopar motiva debate na Câmara
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terça-feira, 06 de março de 2001
Lino Ramos de Londrina
O auditor da Prefeitura de Londrina, Osvaldo Alves de Lima, e a ex-coordenadora do Provopar Cristina Barros protagonizaram um debate ontem à tarde na Câmara sobre os desvios de R$ 741 mil no órgão, segundo relatório da auditoria. Cristina chegou à Câmara acompanhada do marido Humberto Barros, parentes e amigos, como o ex-presidente do Banestado, Manoel Campinha Garcia Cid. Nas galerias da Câmara também havia moradores de bairros da periferia que foram prestigiar a ex-coordenadora.
Durante a sessão, Osvaldo de Lima recebeu a solidariedade de membros do Movimento pela Moralização na Administração Pública. Lima reafirmou que a auditoria encontrou irregularidades no Provopar. Durante o debate, os vereadores procuraram manter neutralidade sobre o assunto. Acho estranho ingressarem com quatro ações, questionando os poucos bens que ganhei trabalhando. Quando lerem meu parecer saberão que caíram no ridículo e irão retirar essas ações, afirmou Lima.
Cristina Barros chegou a exibir um vídeo mostrando voluntários entregando donativos. Ela alegou que durante sua gestão foi atendido um número de pessoas próximo à população de Cornélio Procópio. Segundo ela, foram doados 55 mil cobertores, 70 mil cestas básicas e 66 mil brinquedos. Minha dignidade vai ter que ser lavada, não concordo em falarem que desviei R$ 741 mil de pessoas pobres, que eu ajudei, afirmou. Segundo ela o Provopar possui documentação comprovando que os recursos doados foram destinados à população carente.
A assessora do vereador Henrique Barros (PFL), Maria Aparecida da Silva Bueno, distribuiu um documento acusando uma empresa do auditor da prefeitura de sonegar R$ 233,00 em Imposto Sobre Serviço (ISS). Filho de Cristina Barros, Henrique alegou que não autorizou a distribuição do documento. Lima respondeu à provocação, afirmando que havia pleiteado o direito de pagar alíquota de 1% de imposto ao invés de 5%, como ocorre com todas as empresas de informática de Londrina, mas não foi atendido pela prefeitura.
O prefeito Nedson Micheleti (PT) divulgou ontem nota oficial de apoio ao auditor.