Patrícia Zanin
De Londrina
Dentro de 10 a 15 dias, o Ministério Público (MP) de Londrina deve começar a propor as primeiras ações contra os acusados de envolvimento no escândalo AMA-Comurb. A estimativa partiu de integrantes do Movimento pela Moralização na Administração Pública de Londrina. Anteontem, eles visitaram os três promotores que cuidam das investigações – Bruno Galatti, Cláudio Esteves e Solange Vicentin. O MP confirmou ontem à Folha que está trabalhando para concluir os trabalhos com a ‘‘máxima brevidade’’, mas não quis definir a data para oferecer as primeiras denúncias.
‘‘Os promotores não falaram em prazo, mas o que nos leva a fazer essa análise é que, a partir do momento em que o prefeito é convocado, isso significa que os promotores já ouviram praticamente todos os que teriam que ouvir e coletaram todo o material’’, analisou ontem o presidente do Conselho Comunitário de Segurança, Newton Moratto, que é advogado.
O depoimento do prefeito Antonio Belinati (PFL) está marcado para a próxima terça-feira, às 14 horas, no Fórum. ‘‘Sempre a maior autoridade fica para o final e presume-se que ele esteja sendo ouvido agora porque toda a parte instrutória deve estar praticamente concluída’’, explicou, referindo-se aos depoimentos e à coleta de provas. Além disso, Moratto diz que os promotores estão muito confiantes. ‘‘Eles demonstram que vão atingir o objetivo, de incluir na ação de improbidade todos os fatos relacionados e denunciar todos os envolvidos’’.
Ele disse acreditar que ‘‘Londrina não será a mesma’’ depois do trabalho da promotoria e que a comunidade vai se sentir reconfortada e entender que vale a pena exercer a cidadania. As investigações do Ministério Público estão sendo feitas há um ano e um mês e já revelaram desvios de pelo menos R$ 16 milhões dos cofres públicos. O rombo é considerado o maior da história de Londrina. O esquema de corrupção envolvia principalmente licitações fraudadas e notas frias.
O presidente em exercício da OAB Lauro Zanetti tem a mesma análise de Moratto. Ele acredita que todo empenho da sociedade civil organizada para reivindicar apuração dos fatos e a punição dos culpados valerá a pena. Zanetti também aposta que as primeiras ações contra os denunciados serão propostas em 15 dias. ‘‘É o prazo que estamos estimando’’, afirmou.
Além de Zanetti e Moratto, participaram da visita aos promotores o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina, Valter Orsi, o assessor de comunicação da Arquidiocese de Londrina, padre Manoel Joaquim, o pastor Gerson Araújo, do Conselho de Pastores de Londrina, além do presidente do Sinduscom, Clóvis Coelho.
Hoje, representantes do Movimento pela Moralização na Administração Pública de Londrina vão até a Câmara para conversar com os três membros da Comissão Processante contra Belinati. A visita está marcada para as 13h30.