O Conselho Nacional de Educação tem agora um nome conhecido na UEL (Universidade Estadual de Londrina). O professor do Departamento de História, Gabriel Giannattasio, do Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH), deverá tomar posse nos próximos dias, já que foi nomeado no Diário Oficial da União no dia (10).

Gabriel Gianattasio: “Acompanhei a posse do novo ministro e tomei a fala dele como um bom sinal, no sentido de abrir o diálogo com a sociedade”
Gabriel Gianattasio: “Acompanhei a posse do novo ministro e tomei a fala dele como um bom sinal, no sentido de abrir o diálogo com a sociedade” | Foto: Lilian Manganaro/ Divulgação

A cerimônia será virtual diante da recomendação para que se evite aglomerações por causa da pandemia da Covid-19. Giannattasio irá assumir uma cadeira da Câmara de Educação Básica, que tem 11 integrantes. A Câmara é atualmente presidida pelo professor Ivan Cláudio Pereira Siqueira, da Escola de Comunicações e Artes da USP (Universidade de São Paulo).

Uma das missões do organismo é assessorar o ministro da Educação, além de assegurar a participação da sociedade no desenvolvimento, aprimoramento e consolidação da educação nacional de qualidade. O grupo, que contará com novos 12 integrantes, irá iniciar a jornada próximo ao novo chefe da pasta, o ministro Milton Ribeiro, pastor da Igreja Presbiteriana.

Doutor em História e pesquisador da diversidade ideológica nas universidades, Giannattasio está na UEL há quase 30 anos e acredita que seu ramo de interesse tenha sido fundamental para a escolha de seu nome. “Entendi que o convite se encaixava fundamentalmente com o trabalho que tenho na academia na defesa de liberdade de pensamento”, explicou à FOLHA.

Apesar de a Educação ser um dos campos mais delicados da disputa ideológica no Governo Federal, o professor acredita que exista espaço para diferentes frentes de pensamento, desde que os diferentes lados resolvam coexistir. “Acompanhei a posse do novo ministro e tomei a fala dele como um bom sinal, e um gesto de boa vontade no sentido de que vamos abrir o diálogo com a sociedade. Cabe às instituições dar a resposta a esse sinal”, afirmou.

Sem adiantar especificamente como será sua atuação, ele explica que acredita que, da mesma forma que a educação já contemplou trabalhos de inclusão social e racial, deve também contemplar um trabalho de inclusão ideológica. “É preciso agir nesse sentido, do mesmo jeito de criar saneamento demográfico. Penso que podemos adequar, sanear e rearranjar o problema da exclusão ideológica através de políticas”, concluiu.

RECUSA

Já o reitor da Unicesumar, Wilson de Matos Silva, que havia sido convidado para o Conselho Nacional de Educação recusou o posto. "A decisão, que ocorreu após longa e profunda reflexão, foi motivada por razões pessoais. O professor Wilson reitera que, à frente da UniCesumar, continuará se dedicando ao debate e à promoção da educação de qualidade, tal como tem feito nos últimos 30 anos", afirmou a universidade em nota.