O principal delator da Operação Publicano, o auditor Luiz Antonio de Souza, não respondeu qualquer pergunta, em interrogatório realizado na tarde de hoje (10) no processo relativo à terceira fase da operação, que apura a existência de um esquema de corrupção e sonegação final comandado por auditores da Receita Estadual de Londrina. Em maio, Souza teve o acordo de delação premiada rescindido em razão da prática de novos delitos (apurados na quinta fase da Operação Publicano) e perdeu os benefícios, como deixar a prisão em 30 de junho.

Ao juiz Juliano Nanuncio, Souza – que está preso há um ano e nove meses, desde que foi flagrado com uma adolescente em um motel – disse que as circunstâncias o levaram a manter o silêncio: estava desacompanhado do advogado Eduardo Duarte Ferreira; o advogado dativo "não conhece o processo"; e, com os bens bloqueados, não pôde contratar outro advogado. "Os fatos que aconteceram me impedem de falar", declarou o auditor. Ferreira não pode se aproximar de Souza em razão de medida judicial decorrente da Publicano 5, da qual o advogado também é réu na acusação de extorsão de empresário do setor de abate de suínos.

Nanuncio explicou ao auditor que os procedimentos previstos em lei foram rigorosamente seguidos: com a proibição de Ferreira de atuar no caso, ele, Souza, foi intimado para contratar outro advogado. E, para quem não tem dinheiro, o juiz deve nomear um defensor dativo. "Não há nenhuma irregularidade no precedimento", afirmou o magistrado ao réu.

Diante da recusa de Souza em falar, a audiência foi encerrada. Os interrogatórios dos outros réus estão marcados para a próxima semana.