Primeira sessão de 2025 é marcada por protesto na CML
Galerias ficaram lotadas em ato contra a fusão das pastas de Assistência Social, Mulher e Idoso. PL ainda não foi enviado para o Legislativo
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terça-feira, 04 de fevereiro de 2025
Galerias ficaram lotadas em ato contra a fusão das pastas de Assistência Social, Mulher e Idoso. PL ainda não foi enviado para o Legislativo
Douglas Kuspiosz

A CML (Câmara Municipal de Londrina) iniciou as atividades de 2025 nesta terça-feira (4) com as galerias lotadas por um protesto em defesa da continuidade das secretarias de Assistência Social, de Políticas para Mulheres e do Idoso, que deverão ser fundidas pelo prefeito Tiago Amaral (PSD) para a criação da pasta de Família e Desenvolvimento Social.
A presidente do CMDM (Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres), Sueli Galhardi, fez a leitura de um manifesto contra a unificação das pastas. O vereador Santão (PL) se retirou do plenário ao ouvir a expressão "todes" no início do discurso de Galhardi.
“Nós vamos resistir sempre a essa fusão. Se essa fusão vier para a Câmara em projeto de lei, nós estaremos aqui de novo com os representantes desses conselhos, dessas entidades, para manifestar o nosso posicionamento mais uma vez, para fazer, inclusive, uma pressão para que os vereadores se posicionem a favor da população e do município de Londrina”, afirmou a presidente, que ressaltou que as entidades não são favoráveis à unificação “em hipótese alguma”.
Galhardi também diz esperar que o prefeito ouça as entidades e não envie o projeto com a unificação das pastas. Uma reunião com o Executivo ocorreu no dia 17 e, na semana passada, a secretária Marisol Chiesa foi chamada pelo CMDM para falar sobre a operacionalidade da medida.
“Ela mesma disse que não existe proposta ainda, que eles estão estudando, que eles estão conversando com servidores, servidoras, e que depois nós seremos chamados para que eles apresentem a proposta”, relata. “O Conselho já fez um ofício solicitando, por escrito, a proposta, porque nós não podemos discutir alto que sequer foi apresentado.”
CÂMARA MADURA
O presidente da Câmara, vereador Emanoel (Republicanos), ressaltou que as expectativas “são as melhores” para esta legislatura. Ele destacou que, além de 11 parlamentares reeleitos, vários novatos no Legislativo têm experiência no poder público - é o caso, por exemplo, de Regis Choucino (PP), ex-secretário de Agricultura, e Marcelo Oguido (PL), ex-presidente da FEL (Fundação de Esportes de Londrina).
Ainda faltam alguns detalhes da sede oficial, como as placas com identidade visual, mas o Legislativo trabalha para liberar totalmente o prédio do Jardim Piza. “Queremos trazer mais economicidade entregando o prédio da Unopar quanto antes”, frisou o presidente, que acredita que o imóvel locado pode ser entregue até o começo de março. “É precoce falar disso porque ainda não falei com os diretores. Ficamos focados na mudança, mas acredito que até o final deste mês ou meados do próximo conseguimos fazer a devolução.”

Emanoel ainda destacou a redução de 15 para nove comissões permanentes no Legislativo, medida que foi aprovada em dezembro do ano passado, foi “um avanço muito grande” que irá garantir mais eficácia e produtividade.
Os parlamentares ficaram reunidos por cerca de duas horas para definir a composição dessas comissões - a de Justiça, Legislação e Redação, que ficou com o vereador Antônio Amaral (PSD) como presidente, foi uma das mais disputadas - não à toa, a comissão tem o poder de vetar PLs durante a tramitação. Flávia Cabral (PP), que presidiu a Justiça em 2024, ficou como vice-presidente. O vereador Giovani Mattos (PSD) é cotado para assumir a liderança do governo.
Segundo Emanoel, não há nenhum "entrevero" nessas definições. “A Casa está muito madura. Os vereadores chegaram num consenso, alguns tiveram que abrir mão para que outros pudessem também assumir. Nem todos foram contemplados na sua totalidade e nem todos perderam na sua totalidade”, frisou.
REFORMA ADMINISTRATIVA
O presidente afirmou que a proposta do prefeito para unificar secretarias deve ser analisada pelo Legislativo e que cabe à CML aprovar ou não a reforma administrativa, que não tem data para ser protocolada.
“Isso [fusão de pastas] tem que ser debatido com a Câmara, tem que ser debatido com a sociedade. Temos que dar ouvidos ao Executivo e temos de ouvir a sociedade londrinense, ver o que a população pensa e acha disso”, afirmou Emanoel, garantindo um Legislativo aberto ao diálogo.
“Os movimentos que aqui vieram tem o nosso respeito e nós temos que ouvir e entender quais são as demandas deles, as necessidades deles e de alguma forma, caso venha algum projeto para cá, tentar contemplar da melhor forma possível”, finalizou.


