O Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) confirmou nesta terça-feira (27) que o ILS (sistema de pouso por instrumentos) do aeroporto de Londrina deve ser instalado até dezembro, ao custo de R$ 14,5 milhões. O órgão vinculado à Aeronáutica chegou a estimar que a despesa com o equipamento seria de R$ 20 milhões.

Em nota, o departamento afirma que o ILS está em fase final do processo de aquisição e que as operações devem começar logo após a instalação. A Prefeitura de Londrina projeta que a entrega oficial ocorrerá no dia 10 de dezembro, no aniversário de 91 anos da cidade.

O sistema de navegação é importante para garantir orientação precisa para a aproximação de aeronaves em condições de visibilidade baixa, como neblina e chuva. É uma forma de diminuir o número de voos cancelados pelo mau tempo, um problema histórico em Londrina.

Em março, o Decea chegou a afirmar em nota que o ILS seria homologado apenas em 2027, frustrando as expectativas de lideranças políticas e da sociedade civil organizada, que esperavam o equipamento ainda em 2025. No começo de maio, no entanto, após mobilização de deputados federais, uma reunião com o ministro da Defesa, José Múcio, confirmou que a aquisição ocorrerá ainda neste ano.

"Depois de muitas reclamações e das pessoas ficarem até desacreditadas, estamos aqui para dizer que o ILS acontece ainda este ano. O ministro nos informou que já determinou que seja incluído no Orçamento para aquisição”, disse o prefeito Tiago Amaral (PSD), que também participou do encontro em Brasília.

A FOLHA mostrou na última sexta (23) que uma nova reunião aparou as arestas e definiu o cronograma para a instalação do ILS. Em julho, representantes do Decea virão a Londrina para um novo encontro. A CCR, concessionária responsável pelo aeroporto de Londrina, deverá fazer pequenos ajustes para receber o equipamento.

“O processo de contratação já está encaminhado. O grande desafio é o curto espaço de tempo, mas a empresa se comprometeu a entregar no segundo semestre para realmente conseguir fazer a instalação e operacionalizar até 10 de dezembro”, ressaltou Nicolás Mejía, coordenador do GT do Aeroporto.

Entre as entidades da sociedade civil, a confirmação do sistema de pouso por instrumentos ainda em 2025 foi comemorada. “Tudo isso nos deixa muito animados com o desenvolvimento que o equipamento deve trazer para a nossa cidade. Ao mesmo tempo, vamos continuar atentos para que a estrutura necessária para a instalação esteja totalmente preparada e tudo se encaminhe dentro do previsto", disse Vera Antunes, presidente da Acil (Associação Civil e Industrial de Londrina).

Já a SRP (Sociedade Rural do Paraná), o atendimento dessa demanda histórica deverá “fortalecer o posicionamento da cidade como polo logístico e produtivo".

AMPLIAÇÃO DA PISTA

Com a novela do ILS chegando ao fim, as atenções devem se voltar para a discussão da ampliação da pista de pouso e decolagem e a construção de uma nova pista de táxi no aeroporto.

A FOLHA mostrou em dezembro de 2024 que a PGM (Procuradoria-Geral do Município) foi à Justiça para garantir o cumprimento de um termo de cooperação técnica firmado em 2016 entre Londrina e a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). O contrato de concessão, assinado em 2021 pela CCR, não prevê as melhorias do acordo anterior.

O documento, que está prestes a completar dez anos, cita a ampliação da pista em 600 metros - a CCR realizou um aumento de 150 metros - e a construção da pista de táxi. O município aponta que cumpriu sua obrigação, com a desapropriação de áreas próximas ao aeroporto, ao custo de R$ 50 milhões.

Em janeiro de 2025, o governador Ratinho Junior (PSD) chegou a dizer que a reivindicação era “excesso de zelo”, ao passo que o prefeito e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, defenderam as melhorias.

Uma primeira audiência de conciliação no dia 17 de março debateu soluções para o problema, mas o impasse continua. Um novo encontro marcado para 2 de junho deverá ampliar as discussões sobre as demandas do município. Fontes ouvidas pela FOLHA indicam que é necessária uma mobilização da sociedade civil e de lideranças políticas da cidade para que a ação judicial não se “eternize”.

mockup