A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (27), a terceira fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos antidemocráticos ocorridos no dia oito de janeiro, em Brasília/DF. O diretor de uma construtora de Londrina, Claudio Mazzia, 69 anos, está entre as 11 pessoas presas sob acusação de ter organizado uma excursão de ônibus que partiram de Londrina rumo à Brasília para o ato do dia de 8 de janeiro, que culminou em vandalismo contra prédios dos Três Poderes.

Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido na casa do empresário de Londrina. Os alvos são suspeitos de participar e financiar as manifestações que acabaram no ataque ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao STF (Supremo Tribunal Federal), que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos das instituições.

A defesa do empresário londrinense informou, em nota, que até o fechamento desta reportagem não obteve acesso à integralidade dos autos que deram origem às ordens de busca e apreensão e prisão. Após o referido acesso ao procedimento, irá analisar a viabilidade e prestar mais informações. Assinam a nota os advogados Fellipe Stabelini Anabuki e José Carlos Mancini Junior.

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Claudio Mazzia foi encaminhado para a central de flagrantes da Polícia Civil onde está preso no 4º DP em Londrina até ser encaminhado ao sistema prisional por conta da prisão preventiva, ou seja, sem tempo pré-determinado. "Meu irmão não tem condição de financiar nada, criaram uma fakenews contra ele. O Claudio é uma pessoa pacífica. Ele tem quase 70 anos, é cardíaco, não tem condição de fazer viagens longas e não esteve Brasília. Ele sempre prezou pelo bem ", disse em entrevista à Folha de Londrina Ederson André Mazzia, irmão do empresário.

Questionado sobre mensagens de Facebook que circularam em Londrina informando que Cláudio Mazzia estaria organizando os seis ônibus que partiram para Brasília, Ederson alegou que envolveram o nome do irmão dele de forma equivocada. "Eu vejo como uma prisão arbitrária, entraram na casa dele e encarceraram, sem direito a nada. Hoje a construtora está quase fechando, administramos alguns imóveis. A Justiça está cometendo um erro, não temos dinheiro e não acredito mais em Justiça", disse o irmão do londrinense preso na terceira fase da operação Lesa Pátria.

Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal, além de Londrina.

Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime e destruição de bem especialmente protegido.

As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

A PF solicita que, quem tiver informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos no dia oito de janeiro, em Brasília/DF, envie os dados para o e-mail [email protected].

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