Já está na Câmara Municipal o projeto de lei que altera o zoneamento de uma área de mais de 900 mil metros quadrados no final da avenida Saul Elkind, região norte de Londrina, já na saída para Ibiporã. Capitaneada pela Codel (Instituto de Desenvolvimento), a proposta formaliza ainda a Zona Especial da Bacia do Ribeirão Jacutinga (ZERJ). O órgão sustenta que o atual Plano Diretor, que deve ser revisto até o final do ano, separa apenas a região da Mata dos Godoy, na zona sul, para atividades industriais de grande porte, incluídas na chamada Z1-4. Porém, a instalação de novos empreendimentos foi barrada depois da criação da Zona de Amortecimento do parque estadual, que impediu qualquer serviço do segmento IND-A. Para este tipo de espaço, são destinados lotes acima de 10 mil m².

Imagem ilustrativa da imagem Prefeitura quer mudar zoneamento na região norte para expandir setor industrial
| Foto: Anderson Coelho/Grupo Folha


A Codel apresentou alguns motivos para pedir aos vereadores a concessão dos lotes na zona norte. Dentre eles, estão a existência de rodovias que facilitariam o escoamento da produção, como o Contorno Norte de Ibiporã e a PR-445; a proximidade de terminais de transportes e do Pool de Combustíveis; disponibilidade de terrenos e topografia adequada para grandes construções e distanciamento seguro de áreas residenciais e de mão de obra de bairros adjacentes, principalmente os que estão próximos da Saul Elkind.

O presidente da entidade, Bruno Ubiratan, garantiu que a permissão produtiva vai obedecer as normas da lei estadual 8.935, sancionada em março de 1989 pelo então governador Álvaro Dias. Segundo a legislação, é proibida a presença de metalúrgicas, matadouros, hospitais ou estabelecimentos hospitalares, sanatórios e depósitos de lixo, dentre outros, em mananciais de abastecimento de água, como é o caso do Ribeirão Jacutinga. Com a ZERJ, a prefeitura assegura que fechará o loteamento, "construindo barreiras físicas que impeçam ou dificultem eventuais danos ambientais, resguardando assim a qualidade de vida dos trabalhadores e moradores do entorno".

Ubiratan ponderou que o condomínio terá 220 lotes e será provido de rede de esgoto, energia, asfalto e parte administrativa. Ele juntou ao projeto de lei um diagnóstico feito pelo Fórum Desenvolve em 2015 sobre o rendimento econômico da cidade. "O estudo concluiu que temos um potencial no comércio e prestação de serviços, mas ainda temos muito a crescer em outras áreas", disse. O levantamentou apontou que, em 2002, o município possuía 25% das atividades ligadas ao setor industrial. Com o passar dos anos, o número caiu para 18%.

"O objetivo é atrair mais indústrias e não deixar que essas oportunidades se concretizem em cidades vizinhas. Além disso, com estes empreendimentos, os empregos serão gerados com mais rapidez", comentou. O último Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostrou que Londrina obteve um resultado positivo de 540 postos de trabalho em agosto. Entre janeiro e julho, a situação foi bem pior: saldo negativo de 1,148 empregos, panorama que ficou atrás de municípios menores, como Ibiporã e Cambé.