Prefeitura diz não ter recursos para reformar comporta do Igapó 2
Durante audiência da LDO de 2026, membros do Executivo reforçaram as dificuldades financeiras do município, que terá Orçamento de R$ 3,6 bi
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terça-feira, 10 de junho de 2025
Durante audiência da LDO de 2026, membros do Executivo reforçaram as dificuldades financeiras do município, que terá Orçamento de R$ 3,6 bi
Douglas Kuspiosz

A CML (Câmara Municipal de Londrina) realizou na última segunda-feira (9) uma audiência pública para debater a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, que estima um montante de mais de R$ 3,6 bilhões para Londrina, cerca de 5% a mais do que a receita projetada para este ano. O PL (Projeto de Lei) 70/2025 deverá receber emendas antes de seguir para votação em segundo turno no Legislativo.
Durante a apresentação da LDO, os secretários municipais de Obras, Otávio Gomes, e de Planejamento e Orçamento, Marcos Rambalducci, reforçaram as dificuldades financeiras enfrentadas pelo município e o desafio de tirar do papel obras importantes.
O exemplo usado por Gomes é a reforma da barragem do Lago Igapó II, que fica na transposição da avenida Higienópolis, na zona sul. Em fevereiro, um primeiro vazamento foi identificado, fazendo com que o nível do lago caísse consideravelmente. Várias medidas paliativas foram adotadas pela administração até chegar a uma ensecadeira, que resolveu o problema enquanto a intervenção definitiva não sai do papel. O projeto da barragem foi contratado por R$ 26 mil, mas o desafio é encontrar recursos para executá-lo. O valor exato do novo sistema de comportas será conhecido a partir desse estudo.
“Vou dizer para vocês que a hora em que o projeto ficar pronto, não teremos recursos para corrigir aquela comporta. As passarelas do Lago Igapó estão interditadas, estivemos in loco com a Defesa Civil, e não temos recursos. Temos projetos prontos, mas não temos recursos para fazer as três passarelas”, afirmou Gomes, que ressaltou que Londrina não pode ficar “refém de emendas parlamentares” para fazer obras.
O prefeito Tiago Amaral (PSD) chegou a decretar situação de emergência após os vazamentos no Igapó, o que buscava agilizar os trâmites burocráticos da reforma.
Procurada nesta terça-feira (10), a Prefeitura afirmou que "é de conhecimento de todos os londrinenses as dificuldades financeiras pelas quais o município passa e que, independentemente disso, a atual gestão vem trabalhando, em diversas frentes, para viabilizar recursos para esta e outras tantas obras prioritárias para Londrina".
‘ESTAMOS FAZENDO MÁGICA’
A manifestação de Marcos Rambalducci não foi mais otimista. O secretário reforçou que, apesar do Orçamento ser estimado em R$ 3,6 bilhões, essa cifra não é suficiente para cumprir todas as necessidades da cidade.
“Precisamos priorizar o que temos com esses recursos, porque, infelizmente, tem uma máxima na economia que diz que as necessidades são infinitas, mas os recursos são limitados”, disse. Para ele, a administração está “fazendo mágica” para tentar fechar o ano. “Teremos que continuar fazendo mágica no ano que vem.”
Segundo Rambalducci, as pastas de Saúde, Educação e Assistência Social concentram cerca de 70% dos recursos do município. “Temos que administrar o resto da cidade com os 30% restantes. É difícil atender todas essas demandas”, pontuou o secretário. Ele acrescentou que 2026 será tão apertado quanto 2025. “Cabe ao Executivo atender essas demandas, mas ao Legislativo saber das nossas prioridades e limitações.”
As diretrizes estabelecidas pela Prefeitura têm seis eixos: Saúde e Bem-Estar; Educação e Promoção Cultural; Desenvolvimento Econômico, Inovação e Desburocratização; Segurança Pública e Desenvolvimento Humano; Gestão Inteligente, Transparente e Inovadora; e Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Até agosto devem ser protocolados na Câmara os projetos do PPA (Plano Plurianual) 2026-2029 e da LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2026, que deverão dar mais detalhes da projeção do Orçamento para o ano que vem.
Uma das demandas apresentadas aos membros do Executivo foi a convocação dos aprovados no concurso da GM (Guarda Municipal). Segundo Rambalducci, isso “depende que tenhamos orçamento”, mas não deu mais detalhes.

