Desde fevereiro, os vazamentos na comporta do Lago Igapó 2 vêm dando dor de cabeça para a Prefeitura de Londrina e para os londrinenses que frequentam o principal cartão-postal da cidade. Completa-se um mês nesta sexta-feira (28) que o prefeito Tiago Amaral (PSD) decretou situação de emergência devido ao problema, mas os custos - e quando a solução definitiva virá - ainda são desconhecidos.

O primeiro rompimento foi identificado no dia 14 de fevereiro e foram adotadas medidas paliativas para tentar amenizar o problema, com a colocação de bags de mais de uma tonelada. Entre idas e vindas, o vazamento se intensificou no último final de semana e a Prefeitura iniciou a construção de uma ensecadeira, que deverá isolar o vertedouro. Já foram colocados mais de 50 caminhões de pedras que criam uma barragem no local afetado.

O nível do lago chegou a cair mais de um metro, criando ilhas nas áreas mais assoreadas e evidenciando a poluição no cartão-postal, que incomoda os frequentadores com o cheiro ruim. Com intervenção da Prefeitura e as chuvas desta semana, o nível subiu cerca de 65 centímetros e deve aumentar nos próximos dias.

Em entrevista à FOLHA, Gomes explica que essa estrutura da ensecadeira será importante para a obra final. A comporta que será refeita é de 1974. “Está completamente desatualizada, não tem nenhum tipo de sistema de segurança, que chamamos de stoplogs, que são duas comportas de apoio”, explica o secretário.

A situação de emergência serve, principalmente, como segurança jurídica para a Prefeitura deslocar recursos e contratar empresas sem licitação para a obra de correção. O secretário afirma que, até o momento, foram utilizados materiais - como rochões e moledos - e maquinários do município. Há uma despesa de pouco mais de R$ 20 mil com a contratação do projeto para a comporta, que será elaborado pelo professor Carlos José Marques da Costa Branco, da UEL (Universidade Estadual de Londrina).

Sem ter o projeto pronto, Gomes ressalta que não é possível estimar quanto a Prefeitura precisará investir na nova comporta. Mas adianta que está em contato com o MPPR (Ministério Público do Paraná) para, por meio de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), tentar reduzir os custos. “Nossa intenção é fazer essa obra muito bem feita com o mínimo de recursos possíveis.”

O secretário também garante que a administração não vai “sair gastando dinheiro à revelia” e que o intuito é utilizar apenas recursos próprios. Londrina vive um momento de contingenciamento das verbas de custeio, devido a um rombo orçamentário da ordem de R$ 300 milhões que foi anunciado no mês passado.

“Mesmo nessa situação de emergência, nós estamos contingenciando o custo”, reforça.

Gomes foi convidado pelo vereador Santão (PL) a falar na CML (Câmara Municipal de Londrina) nesta quinta-feira (27), quando atualizou a situação do Lago Igapó 2. A Comissão de Meio Ambiente do Legislativo havia marcado para sexta uma vistoria no lago, mas a fiscalização foi cancelada.

Em sua fala no plenário, ele disse que a nova comporta vai possibilitar que o nível do Igapó fique dinâmico. "Para que, em dias de grandes chuvas, possamos baixar ele com antecedência para evitar alagamentos na rua Joaquim de Matos Barreto", frisou. 

Gomes também descartou qualquer ação de desassoreamento no Igapó no curto-prazo.

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