Em ofício ao Ministério da Saúde, prefeitas e prefeitos de todo o Brasil estão mobilizados em busca de ações efetivas de enfrentamento ao crescimento de casos de Covid-19 e ampliação dos quadros gripais e de doenças respiratórias entre a população. O Consórcio Conectar, que faz parte da FNP (Frente Nacional dos Prefeitos), solicitou nesta quinta-feira (6) apoio do governo federal na estruturação do atendimento da rede de atenção à saúde. O documento reivindica o reforço do envio de testes de antígeno e suporte com estruturas fixas e móveis de testagem, na forma de equipamentos ou no financiamento para a contratação de equipes temporárias.

Ministério da Saúde recebeu pedido dos prefeitos para suporte ao atendimento ambulatorial neste momento de agravamento das síndromes respiratórias
Ministério da Saúde recebeu pedido dos prefeitos para suporte ao atendimento ambulatorial neste momento de agravamento das síndromes respiratórias | Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O prefeito de Marilândia do Sul, norte do Paraná, Aquiles Takeda (PSD), diz que as solicitações no Estado, em geral, são as mesmas do restante do país. "Reivindicamos que seja acelerado o processo de vacinação das crianças. E lógico, junto com estado do Paraná, precisamos voltar a trabalhar fortemente com os protocolos e prevenções junto com a população e uma retaguarda caso seja necessária a ampliação da rede. Os dados que temos é que essa onda provoca aumento do número de contaminações, mas sem casos mais graves que necessitem de internação", destaca Takeda , que é presidente da Acispar - órgão que representa todos os consórcios de saúde do Paraná.

Segundo o prefeito, os consórcios de saúde do Estado estão mobilizados para dar suporte aos municípios que necessitarem de aporte para insumos e testes de antígeno tanto da gripe quanto da Covid-19. "Temos sempre que trabalhar antecipadamente, nos precavendo. Isso porque tudo no sistema de saúde é muito burocrático. Temos feito junto à AMP (Associação dos Municípios do Paraná) reivindicações para solicitação de mais recursos e junto ao governo do Estado pedidos de maior quantitativo de testes. Entretanto, no Paraná estamos uma situação um pouco mais confortável. Não há neste momento uma falta de insumos e testes. É lógico que estamos nos preparando para isso. Os testes não vão parar, quanto mais se testar a população, mais seguro cada município estará. Cobramos do governo federal uma política pública mais constante neste sentido, com aporte de recursos e equipes."

MEDICAMENTOS E INSUMOS

Os municípios que integram a mobilização liderada pela Frente Nacional de Prefeitos solicitam iniciativas de suporte ao atendimento ambulatorial neste momento de agravamento das síndromes respiratórias e casos de influenza. A reivindicação por apoio na ampliação temporária do atendimento, seja com profissionais ou com estrutura física para garantia da capilaridade da prestação dos serviços de saúde, também consta no documento que menciona a escassez de medicamentos antigripais.

No país, o Consórcio de Cidades tem registrado esgotamento de estoque de medicamentos. É o caso da medicação antiviral Oseltamivir, comercializada sob a marca Tamiflu, para o tratamento de casos graves de influenza. O Consórcio de Cidades também solicita ao governo federal o envio de estoques adicionais do referido medicamento ou de recursos especiais para que os municípios possam fazer a aquisição evitando a possível evolução dos casos.

Em Londrina, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, não há falta do medicamento Tamiflu. O presidente do Cisvir também informou que não há queixas dos secretários municipais de saúde do Estado sobre falta do medicamento para casos graves de H1N1.

A diretora da 17ª regional de saúde, Maria Lúcia Lopes, informou que nesta semana recebeu 35 mil doses do Tamiflu para os 22 municípios que integram a regional, sendo 25 mil para adultos e 10 mil para crianças. Segundo ela, a Sesa já solicitou nova remessa ao Ministério da Saúde e não, por enquanto, desabastecimento do medicamento.