O prefeito de Assaí, Acácio Sessi (PSB), foi denunciado por uma professora do município sob a acusação de assédio sexual e moral. O relato foi entregue à Câmara Municipal de Vereadores e ao (MP-PR) Ministério Público do Paraná, na segunda-feira (27). Procurado pela FOLHA, Sessi afirma não ter nada a dizer. “Eu não recebi nenhuma notificação. Não fui acusado ainda e tenho que tomar conhecimento dos fatos para aí sim formar minha defesa”.

Imagem ilustrativa da imagem Prefeito de Assaí é denunciado por assédio sexual
| Foto: LIS SAYURI

A reportagem procurou a denunciante, que se limitou a afirmar: “Eu não tenho condições de falar sobre esse assunto. Parte do meu sofrimento está relatado na denúncia, o que eu posso provar. Em busca de justiça, tive coragem e denunciei. Agora, está nas mãos da Câmara Municipal, do Ministério Público e de Deus”.

A notícia foi recebida como uma bomba na cidade e os vereadores irão se reunir em sessão extraordinária nesta quinta-feira (30), às 10h, para analisar a denúncia e votar a instalação de uma Comissão Processante. “Eu já acatei e faremos a leitura, votação e, se possível, a escolha dos membros da comissão”, explicou o presidente da casa, o vereador Amarildo Correa (PSB). Para evitar aglomeração, a reunião não será aberta ao público.

LIBERDADE

O MPPR confirma que recebeu uma representação e solicitou a complementação das informações. “Após isso, será instaurado procedimento administrativo para a devida apuração, que correrá em segredo”, informou o órgão através da assessoria de imprensa.

No texto, a denunciante afirma que os problemas foram iniciados em 2018, depois de um ano em que exerceu cargo administrativo interno na Secretaria de Educação. “Sem ter qualquer liberdade pessoal comigo, senhor Acácio passou a se dirigir a mim não mais pelo meu nome, mas por expressões como: ‘gata, gatinha, gatinha linda’”, informou.

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Segundo ela, a tentativa de ampliar a intimidade continuou, quando Sessi teria passado a demonstrar um interesse sexual ainda mais explícito em mensagens no Whatsapp. Entre as frases destacadas estão: “quero te dar um beijo”, “acho uma delícia sua boca”, “preciso de você” e “quero te ver nua”. A situação chegou ao limite quando o chefe do Executivo teria mandado uma foto de sua genital. “Desnorteada, buscando me livrar dessa situação, próximo ao mês de abril de 2019, bloqueei o número do denunciado”, afirmou a professora na denúncia.

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| Foto: Reprodução

Por não ter respondido às investidas, a professora afirma ter sido vítima de perseguição por parte da administração pública e que chegou a sofrer represálias da primeira-dama. O resultado, segundo a denunciante, foi a exoneração da função de gratificação em setembro de 2019, quando toda a equipe pedagógica foi retirada do posto ao mesmo tempo. Pela função, ela recebia o valor de R$ 380.

A professora ainda relata que a situação a expôs em sua família, quando boatos que passaram a circular na cidade davam conta de que haveria uma relação entre ela e o prefeito. A denunciante diz que chegou a ser interpelada por tias. “Tudo isso me causa grande sofrimento, angústia, tormento, ao ponto de meu problema de insônia ter se exponenciado”.