Podemos vê abuso de autoridade em ação contra Moro no TCU
Liderada por Alvaro Dias, bancada do partido no Senado pede investigação de subprocurador que pediu bloqueio de bens do ex-juiz
PUBLICAÇÃO
domingo, 06 de fevereiro de 2022
Liderada por Alvaro Dias, bancada do partido no Senado pede investigação de subprocurador que pediu bloqueio de bens do ex-juiz
Reportagem local
Um dos maiores apoiadores da candidatura de Sergio Moro (Podemos) à Presidência da República, o senador paranaense Alvaro Dias (Podemos) apresentou no sábado (5) representação para que a Procuradoria-Geral da República investigue o Subprocurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Rocha Furtado, de forma a apurar o cometimento de crime de abuso de autoridade contra o ex-juiz.
O pedido de Furtado para que seja decretado o bloqueio de bens de Moro foi feito na última sexta-feira (4) no âmbito do processo que investiga eventual conflito de interesses na contratação do ex-juiz pela empresa de consultoria Alvarez & Marsal, que administra judicialmente a recuperação judicial de firmas que foram alvo da Lava Jato.
Após Moro revelar os valores que recebeu da consultoria, Furtado havia solicitado que a investigação sobre o assunto fosse arquivada. Depois, ele voltou atrás e afirmou que, após análise de fatos novos, acredita que a apuração deve continuar. O objetivo principal é averiguar se houve irregularidade na contratação do ex-juiz com o objetivo de que ele pagasse menos tributos no Brasil.
Em live no último dia 28, Moro afirmou que recebeu ao menos R$ 3,7 milhões pelos serviços prestados para a consultoria americana, onde trabalhou de novembro de 2020 a outubro de 2021. O pedido do subprocurador foi encaminhado para o ministro do TCU Bruno Dantas, relator do processo.
ARGUMENTO
Na representação de Alvaro Dias, subscrita por outros seis senadores do Podemos – Oriovisto Guimarães, Flávio Arns, Lasier Martins, Jorge Kajuru, Styvenson Valentim e Eduardo Girão -, o parlamentar paranaense ressalta que a medida do subprocurador é “gravíssima” e que “afeta a honra e o próprio patrimônio moral e físico de pré-candidato à Presidência da República”.
“A medida é tão teratologicamente indevida que, no bojo de um ano eleitoral em que o ex-juiz figura como possível postulante à Presidência da República, faz notar a quem quiser ver a utilização do cargo de procurador do TCU para perseguição pessoal”, afirma o documento. “Esse cenário precisa de devida e regular apuração, de modo a apurar a ocorrência do crime de abuso de autoridade”.
O texto ressalta que as competências e prerrogativas do TCU estão voltadas à proteção da administração pública. Portanto, “não se encontra nessa competência a apreciação de contratos privados”, diz a representação. “Mesmo indícios de sonegação não atrairiam qualquer competência da referida Corte, uma vez que se trata de obrigação de particular para com o Estado. Só uma vez que o dinheiro seja considerado já público é que a atuação do Tribunal, para fiscalizar sua administração, justifica-se”.
Alvaro Dias reforça na representação que a própria auditoria da Corte de Contas ressaltou que não havia nos autos indícios de dano ao erário ou de ato irregular que envolva a gestão de recurso público no caso, não cabendo ao TCU, portanto, qualquer avaliação de conduta da Alvarez & Marsal. (Com Folhapress)
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