Fundado em 2017 e abrigando os três senadores do Paraná, o Podemos busca aumentar sua bancada também na Câmara dos Deputados e na AL (Assembleia Legislativa) nas eleições de 2022. Para conquistar esse objetivo, uma das armas ainda é uma incógnita: o ex-juiz federal e ex-ministro Sergio Moro como presidenciável da legenda.

Imagem ilustrativa da imagem Podemos quer Moro candidato com foco em maior bancada de deputados
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

Em articulação política em Londrina nesta quinta-feira (22), o presidente do Podemos no Paraná, o ex-prefeito de Guarapuava (Centro) César Silvestri Filho, disse acreditar na filiação de Moro até outubro e espera que essa "onda" possa fortalecer o partido nas próximas eleições gerais. "Essa polarização (Lula x Bolsonaro) é uma arma para quem quer evitar qualquer alternativa contra essa radicalização. O grande desafio é ter uma terceira via viável e a dificuldade é o número de candidatos. O Moro é o nome com mais viabilidade para esse projeto nacional".

Sob liderança do senador Alvaro Dias, o Podemos conquistou outra cadeira no Senado em 2018 com Oriovisto Guimarães e em seguida o senador Flavio Arns, eleito pelo PV. Questionado sobre ausência da trinca paranaense na CPI da Covid, Silvestri Filho falou que o partido só pôde indicar um representante, que no caso foi Eduardo Girão (PODE-CE), que é aliado do presidente Bolsonaro. "É mais uma questão regimental do que política. Mesmo com a terceira bancada, o Podemos tem apenas uma cadeira na CPI. A posição do Girão não é a mesma majoritária do partido. Os três senadores têm se posicionado alinhados às pautas como a modernização do Estado, mas têm independência em outros temas como a pandemia, e os senadores do Paraná têm demostrado isso muito claramente."

Na majoritária no Estado, a construção do partido visa apoiar a reeleição de Ratinho Junior (PSD) e ter Alvaro Dias na mesma chapa como o candidato à reeleição no Senado. "O Podemos tem ajudado o Estado, mas não reivindicamos e não temos cargo na gestão estadual. Alinhamento vem desde o processo eleitoral e na disposição dos senadores de que o governo tenha sucesso e eles estão ajudando nas pautas nacionais como mediadores. Não há motivação hoje para que façamos oposição. Mesmo com a dificuldade da economia, o governo tem feito um bom trabalho", avaliou Silvestri.

O partido, no entanto, busca mais cadeiras na Câmara Federal, já que em todo o País são apenas nove deputados federais e no Paraná apenas o deputado federal Diego Garcia e o deputado estadual Galo. Uma maior bancada na Câmara Federal dará fôlego e corpo ao partido, já que em função de todas as regras eleitorais, como tempo de televisão e fundo eleitoral, é importante ter o maior número de deputados federais. "É natural que os partidos se unam para ter bons nomes para a Câmara. Esse é um dos objetivos para estarmos aqui hoje (quinta). Ouvindo lideranças, identificando esses potenciais nomes e prospectar candidatos". Em Londrina, o partido pretende lançar os advogados André Trindade para estadual e Fernanda Viotto para federal.

VOTO DISTRITAL

Já no âmbito nacional, o Podemos lidera a proposta pelo Voto Distrital, relatado pela deputada Renata Abreu (PODE-SP), que é a presidente do partido. "É um aperfeiçoamento do sistema eleitoral. Quando se cria esse modelo, você obriga que o representante do eleitor em Brasília tenha que prestar contas para a região que o elegeu com as pautas mais identificadas", disse o líder partidário. No modelo distrital misto, os parlamentares são eleitos de duas maneiras distintas. Parte é eleita se vencer o pleito em distritos que serão delimitados pelo Tribunal Superior Eleitoral nos estados, e outra parte em lista formulada pelas legendas.