Curitiba Antes mesmo de iniciar suas atividades, a forma de trabalho da CPI da Sercomtel/Copel já vem sendo discutida no plenário da Assembléia. Muitos deputados acreditam que o Legislativo paranaense não dispõe de um corpo técnico suficiente para atender às exigências de cinco CPIs simultaneamente, e que as investigações nas contas da estatal podem ser mais prejudicadas devido aos vários assuntos que pretende abordar.
A deputada Elza Correia (PMDB) que deve assumir a presidência da CPI da Sercomtel/Copel por ter sido a autora da proposta, acredita que há espaço para investigar todos os temas propostos. ''É uma questão de vontade política. Pretendemos investigar todos os assuntos, e caso algum outro tema polêmico seja levantado durante os trabalhos da comissão, também iremos apurá-lo'', garantiu a peemedebista.
O deputado Homero Barbosa Neto (PDT) defende a investigação dos temas relativos à Copel, mas ressaltou a necessidade de uma atenção especial ao caso Sercomtel. ''Temos que ter cuidado para não abrir um compasso muito grande. Até pelo que já foi levantado pelo Ministério Público, talvez fosse interessante a instalação de uma subcomissão apenas para apurar esses fatos'', afirmou.
Para o pedetista, uma investigação no caso Sercomtel pode atingir até deputados estaduais da antiga base governista de Lerner. ''Misteriosamente, deputados que assinaram a instalação da CPI Sercomtel/Copel na época do escândalo retiraram as assinaturas no dia seguinte. Existem denúncias de que houve um plano de vôo para levar deputados a Londrina, supostamente para receber dinheiro. São coisas que precisam ser esclarecidas. Quando tanto a Câmara de Londrina como a Assembléia recusam-se a investigar um tema desses, é porque nesse mato tem coelho'', acredita o deputado, que espera ser indicado para compor a CPI.
Outro deputado com base em Londrina que quer participar da CPI Sercomtel/Copel é o presidente estadual do PT, André Vargas. O petista defende, no entanto, uma investigação ampla dos assuntos, sem que seja priorizado o caso da compra da Sercomtel. ''O escândalo da compra de energia custaria R$ 1,3 bilhão aos cofres públicos, enquanto o da Sercomtel movimentou R$ 186 milhões. Nossa função como deputados estaduais não é exumar cadáveres, mas também pensar na viabilidade da Copel como empresa. Não somos mais vereadores de Londrina, mas sim deputados estaduais, eleitos para defender os interesses de todo o povo paranaense'', ressaltou Vargas. (R.S.)