Em discurso a prefeitos ontem pela manhã, o presidente Michel Temer pediu apoio para aprovar a reforma da Previdência
Em discurso a prefeitos ontem pela manhã, o presidente Michel Temer pediu apoio para aprovar a reforma da Previdência | Foto: Clauber Cleber Caetano/PR



Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou nessa quarta-feira (13) que a votação da reforma da Previdência ficará para o ano que vem. Jucá disse que o Palácio do Planalto, em comum acordo com os presidentes da Câmara e do Senado, decidiu deixar a apreciação do tema para janeiro ou fevereiro de 2018, para garantir o número de votos necessários para a aprovação do tema.

"Hoje (quarta-feira) será votado o Orçamento, com isso, não haverá quórum para votar a reforma da Previdência. Vamos aguardar até fevereiro para votar ou até convocar uma sessão extraordinária em 2018 se houver entendimento", disse. "Mesmo que haja convocação extraordinária será em janeiro. Isso vai depender do mapeamento e presença dos parlamentares em Brasília. Pela lógica, a votação da Previdência fica para o ano que vem", explicou.

O líder do governo foi questionado sobre a razão de o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), ter pautado a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para essa quarta-feira, o que afeta justamente o quórum na Congresso para semana que vem, quando o governo previa tentar votar a reforma da Previdência. Mas Jucá respondeu apenas que a votação do Orçamento precisava do número máximo de parlamentares na Casa.

"De forma nenhuma houve derrota do governo. Foi um entendimento em conjunto em razão de números para a aprovação da reforma da Previdência. Não é certa a aprovação da reforma da Previdência, mas estamos trabalhando para isso", justificou.

O líder do governo no Senado tentou mostrar otimismo em relação à repercussão negativa junto ao mercado por conta do adiamento da votação. "O mercado sabe ler os fatos. Se hoje vota o Orçamento, na próxima terça-feira, dia 19, não teria quórum", falou.

Jucá enalteceu a ainda a notícia de que o PSDB decidiu fechar questão a favor da reforma e afirmou que espera que outros partidos tomem o mesmo caminho. "O governo teve uma vitória, que foi o fechamento de questão do PSDB", complementou.

Ao final, ele contou que o PMDB irá punir os parlamentares do partido que não votarem a favor da proposta.

MEIRELLES

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou que haja um acerto para que a votação da reforma da Previdência ocorra em fevereiro do ano que vem. "Eu acabei de falar com ele, Jucá, e ele expressou a sua opinião de que ele acha isso uma solução viável e possível, mas evidentemente que isso não é uma decisão ainda. Continuamos trabalhando para votar o mais rápido possível, se possível na semana que vem", disse Meirelles, após deixar evento com empresários em São Paulo.

Apesar de ter reforçado a intenção de votar a reforma na semana que vem, Meirelles voltou a dizer que, se isso não ocorrer este ano, ficará para o ano que vem. "Existem soluções que são o ideal e existem as que não são o ideal, mas são viáveis", afirmou o ministro.

APELO

O presidente Michel Temer fez um apelo na manhã dessa quarta-feira (13) aos prefeitos para que ajudem no convencimento da sociedade e dos parlamentares sobre a aprovação da reforma da Previdência. Em cerimônia no Palácio do Planalto, Temer destacou que ainda há muita desinformação sobre a proposta e os parlamentares "precisam saber que têm o apoio da população e dos prefeitos".

O presidente ressaltou que os deputados e senadores costumam ser muito próximos dos prefeitos, que demandam acesso às emendas e benefícios por meio da atuação dos parlamentares. E alertou que a reforma pode beneficiar muito mais aos municípios que precisam aumentar a economia em seus orçamentos. Temer alertou que se a reforma não for aprovada agora, terá que ser feita de forma mais radical no futuro, para evitar corte nos vencimentos de aposentados, como ocorreu em alguns países da Europa.

AGRADO


Temer recebeu no Palácio do Planalto representantes da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Associações e Federações Estaduais e prefeitos para tratar da reforma da Previdência. Os gestores levaram também ao presidente demandas consideradas prioritárias para os municípios, problemas relacionados aos programas federais executados pelas prefeituras e liberação de apoio financeiro. Em novembro, a Presidência anunciou a liberação de R$ 2 bilhões para auxiliar alguns municípios a fechar o balanço deste ano. Os gestores esperam que os recursos possam ser liberados ainda em dezembro. Com Agência Brasil