BRASÍLIA, DF - O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) tomou posse nesta terça-feira (3) como ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prometeu acabar com "cercadinhos" e combater fake news.

Apesar de não citar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Pimenta fez várias menções ao governo anterior. "[No] governo do presidente Lula não haverá muros, nem cercadinhos. Não haverá ofensas ou ameaças, jornalistas terão toda liberdade para exercer sua finalidade", disse em discurso.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Os cercadinhos a que ele se referiu são os locais em que jornalistas ficavam posicionados em eventos da Presidência, mas mais notadamente no Palácio da Alvorada. Na residência oficial, Bolsonaro recebia simultaneamente apoiadores que hostilizavam os profissionais de imprensa. Em 2020, após episódios de hostilidade e ofensas, os veículos decidiram suspender a cobertura jornalística na portaria do palácio por falta de segurança.

Em outro momento do evento nesta terça, o novo ministro também disse que integrantes do governo devem dialogar com jornalistas e que o acesso será garantido. "Não vamos manter essa norma de sonegação de informação, onde tudo virou sigilo", afirmou. Acabar com o sigilo estabelecido pelo governo Bolsonaro foi uma das promessas de campanha de Lula. No dia da posse (1º), ele assinou um decreto determinando que a CGU (Controladoria-Geral da União) reavaliasse em 30 dias os sigilos decretados pelo ex-presidente.

O novo chefe da Secom fez duras críticas às fake news e à desinformação, relembrando a pandemia da Covid-19. "A desinformação mata e não queremos nunca mais repetir esse tormento [Covid-19]", disse. Afirmou que fará um "um trabalho permanente de combate a fake news e desinformação". "A boa informação é vital para nossa sociedade", completou.

A cerimônia de transmissão de cargo aconteceu na tarde de terça (3) no Palácio do Planalto. Como vem acontecendo com frequências nos eventos em outros ministérios, o último titular da Secom do governo passado seguiu o exemplo de Bolsonaro e não participou da posse de seu sucessor. Compareceu à cerimônia o senador Wellington Fagundes (PL-MT), que durante o governo passado se tornou um dos integrantes da bancada bolsonarista, sempre defendendo a gestão e participando dos eventos do ex-mandatário.