Leandro Donatti
De Curitiba
O presidente do PFL do Paraná, ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, analisa a possibilidade de intervenção no diretório municipal do partido em Londrina. Ontem, o comando estadual distribuiu nota convocando reunião da executiva regional para o dia 24, em Curitiba. A executiva vai analisar o pedido de dissolução subscrito pelos vereadores de Londrina Adalberto Pereira da Silva, Carlos Santa Rosa e Antônio Ursi.
Os vereadores querem pôr fim à influência do prefeito Antonio Belinati sobre a sigla. Segundo eles, o PFL local está com a sua imagem sob risco por conta do envolvimento do prefeito com o escândalo AMA-Comurb. Antes de deliberar sobre uma intervenção estadual, João Elísio quer ouvir o presidente municipal do PFL, Farage Kouri. ‘‘Não podemos adiantar qualquer tomada de decisão. Primeiro, porque não recebemos o pedido e não conhecemos seu teor completo. Segundo, qualquer decisão será tomada pela executiva e não individualmente’’, diz, na nota do PFL.
Essa é a primeira vez, depois de meses, que o partido de Belinati se manifesta sobre a crise política em Londrina. João Elísio e toda a cúpula do PFL do Paraná fizeram ouvidos moucos às denúncias feitas contra a administração do prefeito, na esperança de sua recuperação política. O pedido de dissolução formulado pelos vereadores foi analisado nos bastidores, pelo comando do PFL, como um sinal de que a situação está insustentável. E que o melhor mesmo é salvar o que é possível da imagem do partido.
João Elísio, que hoje participa de encontro com os pré-candidatos do PFL na região de Apucarana, tenta na conversa com Farage Kouri discutir se ainda há uma fórmula de dissociar a imagem do PFL de Londrina do escândalo AMA-Comurb. A Folha apurou que a idéia de intervenção tem o apoio de diversos integrantes da executiva estadual. ‘‘O PFL não tem argumentos para defender o prefeito’’, admitiu um pefelista ontem. ‘‘Ficamos em silêncio até agora porque achávamos que dava para segurar. Agora, está cada vez mais difícil’’, emendou a fonte.