A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (13) Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, aliado de Jair Bolsonaro. A prisão foi solicitada pela PF na quarta (4), pela delegada Denisse Ribeiro, e autorizada por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele também determinou o cumprimento de busca e apreensão em endereços ligados ao político.

A operação ocorre no âmbito da investigação sobre suposta organização criminosa digital voltada a atacar as instituições a fim de abalar a democracia. Essa apuração foi aberta por Moraes em julho após o procurador-geral da República, Augusto Aras, pedir o arquivamento do inquérito dos atos antidemocráticos.

O ex-deputado foi preso no município fluminense de Levy Gasparian (a 140 Km do Rio de Janeiro), por volta das 9h10 da manhã. Segundo o ministro do Supremo, o político divulgou vídeos e mensagens com o "nítido objetivo de tumultuar, dificultar, frustrar ou impedir o processo eleitoral, com ataques institucionais ao TSE e ao seu presidente."

Moraes assinou o mandado contra o presidente do PTB sem a manifestação da PGR, que não cumpriu o prazo dado de 24 horas para se posicionar. Na decisão, o ministro determinou a busca e apreensão de armas e munições na casa do aliado de Bolsonaro, além de computadores, tablets, celulares e demais dispositivos eletrônicos.

Ele também mandou bloquear a conta do ex-deputado no Twitter, ato "necessário para a interrupção dos discursos criminosos de ódio e contrário às instituições democráticas e às eleições." As investigações em andamento na Polícia Federal por ordem do TSE e do STF são obstáculos para Jair Bolsonaro colocar em prática a promessa de diminuir a pressão no enfrentamento com ministros por causa do voto impresso.

DESCRÉDITO

Ao pedir a prisão de Roberto Jefferson, a PF afirma que suas postagens nas redes sociais e entrevistas indicam sua atuação na organização criminosa investigada por atacar as instituições, desacreditar o processo eleitoral, reforçar a polarização e o ódio e gerar animosidade dentro da sociedade. O grupo, diz a PF, promove o descrédito dos Poderes da República.

Para a delegada do caso, além da suspeita de integrar uma organização criminosa que atua nos meios digitais, o ex-deputado pode ser enquadrado nos crimes de racismo, homofobia e incitação à prática de crimes por causa de suas manifestações.