A Secretaria Municipal de Obras tem enfrentado problemas com a Construtora Squadro, de Curitiba, responsável pelas obras de infraestrutura da Cidade Industrial de Londrina, no prolongamento da Avenida Saul Elkind. Na quinta-feira (13), fiscais da pasta haviam constatado "uma evolução inexpressiva na execução, representando um percentual acumulado de aproximadamente 0,80% do valor total". O investimento é de cerca de R$ 24 milhões em cercamento, construção de rede de galeria pluvial, saneamento básico, iluminação pública com LED e instalação de rede de energia elétrica.

Imagem ilustrativa da imagem Passos lentos: obras da Cidade Industrial de Londrina continuam atrasadas
| Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

Um documento assinado pelo secretário de Obras, João Verçosa, notifica a Squadro a "intensificar o ritmo visando a recuperação do cronograma e que seja apresentado um novo planejamento sob pena de aplicação das sanções contratuais cabíveis". A empresa rebateu a prefeitura. "Estamos mobilizados com 17 equipamentos e mais de 20 colaboradores, obedecendo a cronologia dos serviços", informou o representante da construtora curitibana, Nelson Augusto Ribas Mancini, em um ofício.

Verçosa admitiu que a Cidade Industrial "está atrasada", mas minimizou o impasse. "Notificações são normais. O cronograma realmente está aquém do que esperávamos, mas estamos cobrando rapidez", informou. Além da notificação da quinta-feira, outra foi emitida pelos fiscais municipais no último dia 6. A ordem de serviço foi assinada no final do ano passado, mas os trabalhos efetivamente só começaram em fevereiro.

Reajuste

No começo do mês, a Squadro apresentou um pedido de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato feito com a Prefeitura de Londrina. Alegando aumento nos preços dos materiais de construção por causa da pandemia da Covid-19, como concreto, aço, alumínio e estrutura metálica da guarita, a instituição solicitou um acréscimo de mais de R$ 8 milhões.

Em entrevista coletiva concedida durante a visita do governador Ratinho Jr. (PSD) na Cidade Industrial, o prefeito Marcelo Belinati (PP) disse que o reajuste está sendo estudado. "É uma obra bem complexa, por isso sempre acontece um atraso. Está sendo analisado pelos engenheiros da Secretaria de Obras. Não me agrada essa possibilidade de reajustar o valor, mas vamos estudar certinho", comentou.

Segundo a Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), a expectativa é abrigar 90 empresas em uma área total de mais de 1 milhão de metros quadrados. Cerca de 12 mil empregos devem ser gerados.