Na reta final da campanha para a Prefeitura de Londrina, em 92, o então prefeito Antonio Belinati resolveu apoiar a candidatura de Luiz Eduardo Cheida, na época filiado ao PT. O apoio se explicava pois o adversário de Cheida era o ex-prefeito Wilson Moreira, inimigo político de Belinati. Durante alguns debates no primeiro turno das eleições de 2000, sempre que questionado sobre o assunto, Cheida, agora no PMDB, tentou disfarçar o constrangimento. Ele alegou que a adesão ocorreu na reta final da campanha, quando sua vitória estava consolidada.
Em sua administração (93-96), Cheida poupou Belinati e não efetuou investigações sobre irregularidades na gestão do antecessor. O papel coube ao Ministério Público.
No segundo turno da campanha de 96, várias lideranças petistas resolveram retribuir o apoio dado a Cheida e decidiram aderir à candidatura de Belinati a seu terceiro mandato. O candidato estava filiado ao PDT.
O apoio do PT a Belinati, porém, não foi unânime e causou rachas na sigla. Uma parte do partido manteve-se à margem da decisão da executiva local de aderir à campanha. O apoio foi formalizado pelo então presidente do PT Celso Costa e pelo candidato derrotado à prefeitura, Paulo Bernardo. Costa foi nomeado, em 99, presidente da Companhia Municipal de Urbanização (Comurb) na gestão Belinati, por indicação do deputado federal José Janene, aliado do prefeito cassado.
Outros petistas também foram indicados a trabalhar no início da administração – foi o caso do ex-secretário da Fazenda Luiz César Guedes e da candidata derrotada a vice-prefeita pelo PT, Rose Friedmann. Rose deixou a administração cerca de dois anos depois, alegando discordar de seus rumos. Guedes, que também se desligou, atribuiu a saída a cansaço e convite para atuar na iniciativa privada.
Na época da campanha em 96, Belinati se comprometeu a viabilizar três projetos petistas em sua administração. Apenas um deles, porém, saiu do papel – o Banco do Povo, rebatizado de Banco do Empreendedor. As outras duas propostas – Orçamento Participativo e o projeto Bolsa Escola – sequer foram debatidas na sua gestão.