A invasão da Rússia à Ucrânia, desencadeada semana passada e que vem repercutindo de forma contundente em todo o mundo, tem mobilizado parlamentares paranaenses a saírem em defesa do país atacado - até por conta do contingente de descendentes de ucranianos que vive no Paraná.
O senador Alvaro Dias (Podemos) apresentou um projeto nesta quarta (3) que tem a finalidade de instituir em lei o reconhecimento oficial, pelo Brasil, do genocídio de ucranianos por meio da fome, o Holodomor. O projeto determina o quarto sábado de novembro como Dia de Memória do Holodomor no Brasil.
“Toda a sociedade ucraniana foi sujeita a uma enorme violência, comprometendo por muitas décadas o difícil processo de construção da identidade nacional. A convicção de que com a fome e morte se tinha alcançado uma vitória definitiva sobre o campesinato foi assumida em diversas ocasiões. Calcula-se que morreram mais de três milhões de pessoas no Holodomor”, afirma Alvaro Dias na justificativa do projeto.
O líder do Podemos explica que a comemoração anual na data proposta já é observada pelo mundo, tanto na Ucrânia quanto por comunidades de ucranianos e seus descendentes vivendo em outros países.
“Os olhos da história, a memória da consciência universal e a inteligência dos povos serão sempre a garantia da proclamação dos direitos humanos e da condenação implacável da brutalidade e da vilania. Tenho plena consciência de que para os ucranianos espalhados pelo mundo - notadamente para os 600 mil descendentes que vivem no Brasil - o presente projeto de lei é uma manifestação basilar à memória das vítimas do Holodomor”, destaca o senador Alvaro Dias.
REQUERIMENTO
Na Câmara, o deputado federal Rubens Bueno (Cidadania), na condição de vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa, cobrou nesta quarta (3) do ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, a adoção de medidas no sentido de o Brasil atuar de forma clara e concreta contra a agressão sofrida pelos ucranianos.
“Diversos países vêm se somando aos esforços internacionais de interromper a invasão sofrida pela Ucrânia, seja atuando ativamente em esforços para o cessar fogo ou tomando medidas concretas, como boicote econômico, além da condenação pública contra as ações do presidente russo Vladimir Putin”, argumentou Bueno.
No requerimento enviado ao ministro, o deputado alerta ainda que relatos de entidades consagradas internacionalmente, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, acusam as tropas do presidente russo Vladimir Putin de cometer crimes de guerra durante a invasão.
Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.