Em seu discurso como pré-candidato oficial, Alvaro Dias afirmou que é preciso destruir o atual sistema, que segundo ele fabrica "barões da corrupção"
Em seu discurso como pré-candidato oficial, Alvaro Dias afirmou que é preciso destruir o atual sistema, que segundo ele fabrica "barões da corrupção" | Foto: Marcos Oliveira/Agência Brasil



Curitiba – Pela primeira vez em quase 30 anos o Paraná voltará a ter um candidato à Presidência. O Podemos lançou na sexta-feira (23) na Câmara Municipal de Belo Horizonte a pré-candidatura do senador Alvaro Dias ao Planalto. O anúncio ocorreu durante a posse da Executiva estadual do partido e foi transmitido ao vivo pelo perfil do parlamentar no Facebook. O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, assumiu o comando estadual da legenda e será um dos coordenadores de campanha. O último candidato do Paraná a concorrer à presidência foi o ex-senador curitibano Afonso Camargo (1929-2011), nas eleições de 1989.

Segundo Alvaro, Minas Gerais foi escolhida para o evento por ser "O estado síntese do País". "Quem não vence em Minas, não vence no País. Isso nós já aprendemos e sabemos. Queremos daqui lançar o desafio de refundação da República", discursou. Em 2014, o mineiro Aecio Neves (PSDB) perdeu em seu Estado por 500 mil votos, resultado que foi decisivo para a eleição de Dilma Rousseff (PT).

Sem citar nomes ou partidos, o político fez duras críticas às últimas administrações e à "máquina de escândalos de corrupção", instalada em Brasília. "Tenho convicção de que é possível sim mudar o Brasil, vitimado pelas injustiças promovidas pelos desgovernos, numa República que mais se parece Império, já que governantes que assaltaram o poder exploram o esforço coletivo para preservar os seus privilégios", destacou.

A parte mais enfática do discurso foi quando ele disse que "os que assaltaram os cofres públicos do Brasil, além de ladrões, são assassinos". "Há os que morrem em corredores de hospitais, nas ruas, vitimas da violência. Essa violência faz com que o nordeste brasileiro tenha, por exemplo, as 11 cidades mais violentas entre as 50 mais violentas do mundo. A causa é sem dúvida esse sistema de governança, que se estabeleceu na barganha política, no conluio partidário, no loteamento dos cargos e no aparelhamento do estado brasileiro".

Para o senador, que está em seu quarto mandato, não basta prender os barões da corrupção. "Se não destruirmos esse sistema e substituirmos por outro, ele continuará fabricando barões. É preciso romper com a relação promíscua entre poderes e o grande balcão de negócios, a operação toma lá da cá, que fez surgir o mensalão, sanguessugas, ‘petrolão’ e o assalto aos fundos de pensão", prosseguiu.

Histórico
Licenciado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Alvaro começou sua carreira política como vereador de Londrina em 1968, pelo MDB. Depois, se elegeu deputado estadual, governador do Paraná, deputado federal e senador, por diversos partidos, como PSDB, PMDB e PDT. Chegou a se filiar ao PV, mas migrou para o Podemos em julho de 2017, quando do lançamento da sigla, que substituiu o antigo Partido Trabalhista Nacional (PTN). Alvaro mantém domicílio eleitoral em Londrina. A FOLHA não conseguiu contato com o senador.

O deputado estadual e vice-presidente do Podemos em Minas, Dirceu Ribeiro, adiantou que o partido pretende atrair até o próximo mês pelo menos 60 prefeitos. No Paraná, o mais novo filiado é o deputado federal Diego Garcia, que pertence à chamada bancada da bíblia. "Vocês podem contar comigo nessa luta por uma nova política: honesta, limpa, transparente e com a sua participação! Com Deus, em Deus e por Deus nós PODEMOS! Que Ele te abençoe!", escreveu, em suas redes sociais.