Curitiba – O Paraná tem três dos 50 parlamentares mais bem avaliados pelo site "Ranking dos Políticos", que monitora questões como assiduidade, gastos públicos, processos judiciais e, de forma mais subjetiva, o desempenho dos 594 membros do Congresso Nacional em votações. Conforme o levantamento, o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) ocupa a segunda colocação geral, atrás apenas da senadora Ana Amélia (PP-RS). Outros citados são Rubens Bueno (PP-PR), em 16º lugar, e Alex Canziani (PTB-PR), em 36º.

A ferramenta, disponível no link www.politicos.org.br, foi criada por dois administradores de empresa que se dizem, embora não "neutros", independentes, sem filiação a legendas ou ligação a grupos de interesse. A pontuação é definida de acordo com os dados que eles obtêm sobre uso de recursos do erário, presença nas sessões plenárias, fidelidade partidária e processos judiciais. Um quarto critério é a chamada qualidade legislativa. O valor das leis analisadas é definido por um Conselho de Avaliação, levando em conta o quanto elas supostamente ajudam ou atrapalham o País. As notas variam de -30 a +30. Os membros são, em sua maioria, engenheiros, economistas e administradores.

Quem votou a favor da reforma trabalhista, da ampliação da terceirização e da regularização fundiária, por exemplo, ganhou pontos, enquanto quem rejeitou a autorização para que o STF ( Supremo Tribunal Federal) investigasse o presidente Michel Temer (PMDB) perdeu nota. "Acreditamos na defesa dos direitos humanos, no respeito às leis, no combate à corrupção e aos privilégios, na livre iniciativa, na propriedade privada, no regime de mercado, na eficiência dos serviços públicos, na redução do desperdício, na liberdade de informação e outras bandeiras conquistadas pela civilização nos últimos séculos", afirmam os criadores do projeto, na descrição.

Imagem ilustrativa da imagem Paraná tem três políticos entre 50 mais bem avaliados em ranking nacional



Com 219 pontos no total, Hauly tem boa avaliação em presença em plenário - de 91 sessões realizadas, esteve em 90 -, pelo gasto da cota parlamentar e verba indenizatória pouco abaixo da média geral (o tucano gastou pouco mais de R$ 232 mil, enquanto a média é de R$ 279,3 mil), por ter formação superior, ter se mantido fiel ao PSDB ao longo da carreira política e por não responder a processos judiciais. Também pesaram a favor os posicionamentos favoráveis à terceirização, à reforma trabalhista e ao novo Ensino Médio e contrário ao fundão eleitoral. Entretanto, o deputado foi mal avaliado por ter rejeitado a autorização para o STF investigar Temer.

Outro londrinense no ranking, Canziani, obteve 135 pontos. Recebeu notas favoráveis no quesito presença (esteve em 85 das 91 plenárias realizadas), votações importantes, formação acadêmica superior e fidelidade partidária. Por outro lado, gastou mais do que o recomendado (R$ 311,2 mil, ante R$ 279,3 mil de média) e perdeu nota por responder a processo judicial no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná. Já Bueno apareceu com pontuação 162. Compareceu a 86 sessões, gastou R$ 226.3 mil da cota parlamentar e se saiu bem em fidelidade partidária e formação.

Na outra ponta, aparecem três petistas: os deputados federais Enio Verri (567º lugar) e Zeca Dirceu (533º), com -184 e -128, e a senadora Gleisi Hoffmann, com -112 (510º). Nos três casos, o que mais pesa contra são os comportamentos em votações - todos foram contrários a mudanças no Ensino Médio e nas terceirizações, por exemplo, e favoráveis ao fundão eleitoral. Para completar, gastaram acima da média com cotas parlamentares e verbas indenizatórias e respondem ou foram condenados em processos judiciais. Os piores colocados nacionalmente são o senador Ivo Cassol (PP-RO), com nota -669, e o deputado Herculano Passos (PSD-SP), com nota -531.