O empresário paraguaio Juan Carlos Garcia Bobadilla, de 37 anos, suspeito de envolvimento no desvio de dinheiro da Prefeitura de Maringá, nega qualquer tipo de participação no esquema articulado pela Proserv Assessoria Empresarial S/C Ltda., de Londrina.
Localizado anteontem pela Folha, o paraguaio disse jamais ter conversado com os sócios da Proserv, Paulo César Stinghen ou Eroni Miguel Peres, cunhado de Beto Youssef; com o servidor público João Edson Danzinger, e com Antonio Carlos Neri Romero, considerado segurança de Youssef.
Residente em Ciudad del Este há 25 anos, fronteira paraguaia com Foz do Iguaçu, Bobadilla afirmou, no entanto, que manteve uma conta CC-5 no antigo Banco Bamerindus, em Foz, de 1990 a 1996. Mas a conta bancária (hoje desativada) nunca teria sido emprestada aos empresários brasileiros. ‘‘Se aconteceu alguma coisa irregular, o gerente (do banco) deveria saber e denunciar’’, contrapôs.
Segundo ele, a conta era usada para fazer o caminho inverso das CC-5. O paraguaio efetuava depósitos em dólares e guaranis para convertê-los em moeda brasileira, para então pagar débitos de sua empresa Agroganadera El Sol Nascente (do ramo de agropecuária). ‘‘Eu mantinha a conta no Bamerindus para pagar fitas de vídeo sobre agropecuária que comprava de uma firma de Curitiba’’, argumentou.
A movimentação financeira registrada na conta, entretanto, levou a Polícia Federal de Foz a convocar o paraguaio a prestar depoimento na delegacia em Foz do Iguaçu. Bobadilla conta que na época ficou assustado com a convocação. ‘‘Eu fazia depósitos pequenos, equivalentes a uns R$ 300 ou R$ 500 de hoje. O dinheiro era usado para pagar os produtos agropecuários’’, reforçou o empresário paraguaio.
Bobadilla também é gerente da Imobiliária Santa Maria, situada à Rua Murupayty (Galeria Globo Center, sala 19), e supostamente tem ligação com a Casa de Câmbio Guayara. Ele nega ligação com a casa de câmbio, embora um funcionário tenha afirmado à reportagem que ele trabalha no estabelecimento.