Faltando menos de um ano para as eleições de 2022, o PSD, partido do governador do Paraná, Ratinho Junior, realiza evento em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) neste sábado (6) para consolidar o crescimento da legenda no Estado, que possui mais de um terço dos prefeitos dos 399 municípios paranaenses.

Imagem ilustrativa da imagem Para os Canziani, PSD será fiel da balança em 2022
| Foto: Gustavo Carneiro

Seis dos oito prefeitos do Estado atualmente filiados ao PTB vão migrar para o PSD. Responsáveis por puxar os petebistas para a legenda do governador, o secretário municipal de Governo, Alex Canziani, e a deputada federal Luísa Canziani (PTB) avaliam, em entrevista à FOLHA, que o partido presidido pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab passa a ser fiel da balança nas eleições - atualmente polarizadas entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), segundo pesquisas.

A escolha do "clã" pelo PSD foi feita por conta da projeção estadual e nacional do partido. "O Kassab é o maior articulador político do país, eu não tenho a menor dúvida", afirma Alex. O ex-prefeito paulistano que estará no evento em Cambé tenta construir palanque para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, nos estados. O senador mineiro saiu do Democratas recentemente e outra "aquisição" do partido foi o apresentador José Luis Datena, que deixou o PSL de olho na vaga do Senado por São Paulo.

"O Kassab tem essa capacidade de arregimentar, poder trazer nomes para fortalecê-los em nível nacional. Isso nos estimula muito, sabendo que estaremos num grupo que tem projeto de Brasil, sem radicalismos. Aliado a isso, Ratinho está fazendo um belo mandato e tem perspectiva futura, um nome que poderá crescer no cenário nacional", diz secretário de Marcelo Belinati (PP).

Luísa Canziani avalia que para viabilizar uma terceira via, seja por Pacheco ou outro nome, ainda falta um consenso. "Diante do quadro atual, a polarização fica mais evidente, mas a eleição ainda está longe. Em Brasília, os políticos reconhecem muito o poder de articulação de Kassab e certamente terá papel fundamental nos rumos da eleição do ano que vem", completa.

FUTURO POLÍTICO

Luísa aguarda a decisão de uma ação impetrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde solicita a desfiliação do PTB. No novo partido, a deputada diz que terá mais liberdade para trilhar seu caminho, sem interferências ideológicas. "Serei a primeira mulher da bancada do PSD, estou muito entusiasmada porque é um partido de grande projeção nacional, mas que sobretudo respeita as divergências, tem uma postura construtiva e isso que busco na minha vida pública e na atuação política, busca de consensos."

Após 38 anos como líder partidário, Alex Canziani voltou a criticar o viés ideológico adotado pelo presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, até então aliado do presidente Jair Bolsonaro. "O PTB hoje é uma seita cada vez mais radical, fora daquilo que eu acreditei ser o partido", aponta. Alex minimiza o fato de não ser mais um cacique partidário no comando de uma agremiação. "Essa configuração está mudando, os partidos pequenos estão diminuindo com o fim das coligações e está cada dia mais difícil montar uma chapa para viabilizar uma campanha. Consideramos mais importante estar num partido de visibilidade."

O ex-deputado não esconde que quer ser o candidato a senador na chapa de Ratinho Junior, mas não descarta concorrer à Assembleia Legislativa, numa dobradinha com a filha, que tentará a reeleição na Câmara.

Irão ingressar no PSD mais seis prefeitos do PTB de pequenos municípios do Norte e Norte Pioneiro do Estado: Juninho (Itaguajé), Maria Edna (Prado Ferreira), Adelita (Quatiguá), Edimar Santos (Santa Cecília do Pavão), Valente (Santa Isabel do Ivaí) e Vinícius Rosa (São Jerônimo da Serr

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