A indefinição dos palanques eleitorais nos Estados está abalando os nervos da base aliada do governo, refletindo nas ações políticas de interesse nacional. A insegurança quanto ao futuro já suscitou cenas explícitas de inveja, esperteza e insegurança entre os políticos. O presidente Fernando Henrique ainda não conseguiu indicar o líder do governo no Senado por conta de pressões estaduais. O presidente do PMDB, senador Maguito Vilela (GO), insiste em projetar as brigas paroquiais para o cenário nacional, tornando mais remota a chance de Fernando Henrique manter o PMDB, PSDB e PFL num mesmo palanque na sucessão presidencial.
Até à montagem final das alianças estaduais, os partidários de FHC continuarão se digladiando publicamente, aflorando as contradições regionais. ‘‘É preciso ter racionalidade e ninguém vai entrar em aventuras’’, atesta o vice-presidente Marco Maciel. Na avaliação dos governistas, os conflitos eram previsíveis e resultam de desacertos das composições feitas nos Estados para a reeleição de FHC. Além disso, as eleições de 2002 têm uma característica própria: são casadas e colocam em xeque, pelo menos, três das principais lideranças de cada Estado com a disputa para o governo e duas cadeiras no Senado.