O assessor de comunicação da Arquidiocese de Londrina, padre Valter Diniz dos Santos, ressaltou ontem que a Igreja Católica, como instituição, não apóia nenhum candidato e criticou a iniciativa dos padres que assinam o manifesto em apoio a Nedson Micheleti (PT).
''O Nedson foi lá para pedir apoio do clero mas o que ocorre é que a Igreja Católica não apóia nenhum candidato. Alguns padres publicaram apoio ao PT no horário eleitoral gratuito, mas isso é uma atitude isolada deles. A Igreja de Londrina, enquanto arquidiocese e instituição oficial, é neutra. A publicação de apoio à candidatura do Nedson ou do (Antonio) Belinati (PSL) é uma atitude isolada e até inconveniente, porque padre representa a instituição e quando ele vai celebrar a missa não existe somente pessoas partidárias do Nedson. Isso pode gerar uma indisposição, uma fragmentação desnecessária'', opinou padre Valter. ''O fato destes padres publicarem o voto na TV ou no jornal cria uma situação de generalização como se a Igreja Católica estivesse apoiando a candidatura do Nedson, o que não corresponde à realidade'', disse.
Padre Valter condenou o conteúdo do documento. ''É uma carta maniqueísta que segmenta entre o bem e o mal como se o Nedson fosse o bem, e o Belinati, o mal. Na condição de sacerdotes isso é um equívoco. A Carta de São Paulo aos Romanos, capítulo 8, versículo 28, diz que tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus. Isto é, ganhando Belinati ou Nedson, o município vai continuar avançando com suas conquistas. O fato de fragmentar dizendo que um é o bem, o salvador e o outro, o demônio, isso é doloroso, principalmente na nossa condição de sacerdotes, que estamos aqui para amar a todos e não fazer distinção'', ressalvou padre Valter.
A Folha tentou entrar em contato com o arcebispo dom Albano Cavallin, mas ele não foi localizado. (C.O.)