Orçamento 2022 sem reajuste do funcionalismo é alvo de critica de sindicatos
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 06 de outubro de 2021
Guilherme Marconi - Grupo Folha
A LOA (Lei Orçamentária Anual) apresentada pela gestão Ratinho Junior (PSD) na segunda-feira (4) na AL (Assembleia Legislativa) é alvo de críticas de sindicatos que representam servidores públicos estaduais. Isso porque a matéria que será apreciada pelos deputados neste semestre não contempla o reajuste e perdas salariais do funcionalismo público. O secretário estadual de Fazenda, Renê Garcia Junior, alegou que ainda não há uma decisão e informou que fará um estudo aprofundado sobre a possibilidade, entretanto, justificou que há uma previsão de deficit de R$ 2 bilhões. E ainda alegou que o principal objetivo da atual gestão será equilibrar as contas para evitar encerrar o próximo ano no vermelho.
Entidades que representam os servidores públicos estaduais rechaçam os argumentos do governo e se queixam sobre perdas inflacionárias que já passam dos 25%, agravadas pela alta generalizada nos alimentos e itens básicos como luz, gás e combustíveis. "Mais uma vez o Fórum das Entidades Sindicais fica indignado com as declarações do secretário Renê Garcia. Não temos como concordar com essa prática e com essa forma que ele apresenta a conta do Estado. Todos anos o Estado tem superávit, e todos os anos ele faz o mesmo discurso que o Paraná não terá dinheiro", disse à FOLHA a coordenadora do FES (Fórum das Entidades Sindicais do Paraná), Marlei Fernandes.
A professora disse ainda que o fórum fará um estudo aprofundado da LOA para demostrar aos deputados e à população que não existe, segundo o FES, o déficit orçamentário anunciado pela pasta da Fazenda. "Nós servidores já fomos bastante penalizados por esses governos. Perdemos R$ 15 bilhões da data-base, promoções e progressão, além do fim das licenças e arroxo nas aposentadorias, que foi cobrado dos inativos. Por outro lado, esse governo prevê em quatro anos R$ 50 bilhões de benefícios fiscais para economia, sobretudo ao agronegócio".
O FES, a APP Sindicato e outras associações que representam o funcionalismo nas áreas de segurança prometem uma série de ações para contrapor o discurso do governo e tentar garantir a recomposição salarial. "Precisamos juntar forças, dar um basta nesta desfaçatez do governo e pela falta de transparência."

