A situação crítica no Paraná, com leitos de UTI beirando 100% de ocupação no fim de semana, foi tema de debate na AL (Assembleia Legislativa) na tarde dessa segunda-feira (15). Parlamentares da oposição subiram o tom de críticas contra a gestão Ratinho Junior (PSD) no enfrentamento da pandemia e cobraram ações mais rígidas com o lockdown, ajuda financeira aos pequenos empresários e negociações para vacinas. O líder do governo, Hussein Bakri (PSC), rebateu as críticas e enlocou ações feitas pelo Executivo nos últimos 12 meses de pandemia.

Imagem ilustrativa da imagem Oposição na AL cobra do governo Ratinho Jr. mais ações por vacina e medidas restritivas
| Foto: Pedro de Oliveira/Alep

O deputado Goura (PDT) cobrou do governo do Estado uma ação concreta para conseguir mais imunizantes. "Queremos entender qual é essa politica para vacinação. É cruzar os braços e esperar pelo presidente Bolsonaro? É fazer parcerias? É produzir vacinas? O que aconteceu com aquela parceria anunciada para produzir a Sputnik V?"

A oposição também elogiou o lockdown proposto pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), na capital e cobrou medida mais rígida no Estado para evitar contágio. "Parabenizo Greca, meu adversário nas últimas eleições municipais, pela corajosa decisão. Até agora nas redes sociais do governo do Paraná um silêncio completo sobre o lockdown. É difícil entender a postura dele", afirmou Goura.

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| Foto: Pedro de Oliveira/Alep

O deputado Requião Filho (MDB) também elogiou o lockdown na capital, mas cobrou alternativas aos munícipes paranaenses. "De que adianta essa medida, se os ônibus lotados? De que adianta abrir as portas das igrejas se passaremos a ter culto de mil pessoas? Do que adianta tudo isso, sem uma linha de crédito real aos nossos empresários? Do que adianta abrirmos UTIs se chegamos no limite dos recursos humanos?", questionou.

Coube ao líder do governo na AL, Hussein Backri, defender o Executivo, rebater críticas e elencar investimentos. "São mais de R$ 4 bilhões da receita estadual, e mais de R$ 6 bi no total, considerando repasses federais. Só no ano de pandemia, 4 mil leitos em hospitais. São 1.570 UTIs e 2.374 enfermarias para adultos, além de 22 UTIs pediátricas. Número superior ao criado nos últimos 30 anos, ou seja, investimento de R$ 1,3 bi. Somos o Estado que mais testou, com 2,1 milhões de exames RT-PCR."

Sobre as críticas de falta de vacinas, Backri disse que o Paraná faz parte do Plano Nacional de Imunização e que o chefe da Casa Civil, Guto Silva, está em tratativa por mais imunizantes. "Eu lhe pergunto: qual estado comprou vacina? A Sputnik nem tem autorização ainda da Anvisa. Vocês podem ter certeza de que o Paraná está fazendo o dever de casa, eu tenho que responder isso, rebater as inverdades que aqui foram colocadas." Sobre lockdown, o líder do Executivo afirmou que o governo agiu quando foi preciso. "Evidente que cada município tem sua peculiaridade, os prefeitos têm autonomia, o que vale para Curitiba, muitas vezes não vale para o interior e essas questões têm que ser respeitadas."

#VacinaParaná

Já o deputado estadual Michele Caputo (PSDB) idealizou uma petição on-line por mais imunizantes no Paraná. O abaixo-assinado #VacinaParaná já tem mais de mil assinaturas e está disponível na plataforma virtual chance.org. O parlamentar, que foi secretário de Saúde no governo Beto Richa, alegou que nas primeiras remessas, o Paraná recebeu muito menos doses que estados com população e perfil epidemiológico similar, como é o caso do Rio Grande do Sul, que tem recebido quase 20% a mais em doses. “Com isso, a vacinação caminha a passos lentos. Mesmo com a agilidade que vem sendo imprimida pelas equipes municipais de saúde, faltam vacinas para avançar em novos grupos prioritários", disse o Coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus.

Ele também cobrou que o Governo Federal garanta mais liberdade aos estados na aquisição de um imunizante. "O Paraná tem R$ 200 milhões reservados para compra de doses. Muitos consórcios de prefeitos e prefeitos estãp tentando ações para comprar vacinas. Acredito que o governo precisa reunir essas entidades e buscar uma organização para fazer uma compra em escala. Não adianta prefeito fazer isso de forma isolada. Isso porque ele vai pagar muito caro ou não conseguirá comprar. Infelizmente a hora h e o dia d de vacinas, que o Governo Federal prometeu, nunca vem."