Os líderes do PT decidiram ontem que não pedirão mais a cassação do mandato do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pelas declarações feitas a procuradores da República, reveladas pela revista ‘‘Istoɒ’. Os petistas avaliaram que a prioridade do partido é a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para apurar todas as denúncias feitas pelo senador aos procuradores.
A estratégia é compartilhada pelo PDT, que reapresentou requerimento pedindo a instalação de uma CPI mista, composta por 15 deputados e 15 senadores, para apurar, no prazo de 120 dias, a responsabilidade do presidente da República, dos ministros de Estado, secretários da Presidência, bem como outras autoridades federais, membros do Poder Legislativo e Judiciário, nas denúncias envolvendo a liberação de recursos para obras superfaturadas, que estão sendo apuradas na chamada CPI da Corrupção.
O próprio senador Antonio Carlos Magalhães disse ontem que apoiaria a iniciativa da oposição de criar uma CPI para investigar suspeita de corrupção no governo, se as investigações atingissem a todos os dirigentes de órgãos públicos que foram alvos de denúncias.
Os líderes do PT decidiram que também poderão apresentar um requerimento à Comissão de Ética e Dercoro Parlamentar do Senado, nos mesmos termos do requerimento de instalação da CPI. Com isso, caso a base do governo obstrua a instalação de uma CPI, as denúncias de ACM poderão ser debatidas em outro fórum.
Perseguindo a mesma estratégia, o deputado Milton Temer (PT-RJ) adiou para a próxima semana a entrega da representação que denuncia o presidente Fernando Henrique Cardoso por crime de responsabilidade por ter, supostamente, protelado as demissões do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) para beneficiar os aliados na eleição para o comando das duas Casas do Congresso. Temer declarou na tribuna da Câmara que, caso a CPI seja instalada, ele não apresentará denúncia.