A Câmara Municipal de Londrina colocou em pauta neste ano 34 projetos de datas comemorativas. Vinte e um deles foram sancionados pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) e 13 continuam tramitando, e também devem ser aprovados. Somando as que viraram lei e que ainda estão em discussão, é o maior número de propostas desse tipo apresentadas nos últimos cinco anos no Legislativo.

De acordo com um balanço fornecido pela assessoria de imprensa do órgão, 11 projetos que instituem novos dias no calendário de comemorações oficiais do Município foram sancionados em 2020, seguido de 24 matérias em 2019; 12 em 2018 e 17 em 2017, primeiro ano da legislatura anterior.

Imagem ilustrativa da imagem Número de datas comemorativas apresentado na Câmara é o maior desde 2017
| Foto: Devanir Parra/CML

Neste ano, por exemplo, Belinati sancionou o Dia do Chef de Cozinha, ideia do vereador Emanoel Gomes (Republicanos), o Dia da Bíblia, de Ailton Nantes (PP) e o Dia Municipal do Rock, de autoria da vereadora Flávia Cabral (PTB), entre outros. Há datas que homenageiam profissionais de diferentes áreas, como o Dia do Comerciante, de Eduardo Tominaga (DEM), e a Semana Dos Profissionais de Saúde Pública e Privada, de Sônia Gimenez (PSB).

Dos textos apresentados em 2021 e que ainda tramitam nas comissões internas, estão o Domingo da Pátria, de Jessicão (PP), o Dia Municipal de Combate ao Tráfico de Pessoas, de Giovani Matos (PSC), e o Dia Municipal da Escalada, uma parceria de Gimenez e Fernando Madureira (PTB). A área da saúde foi lembrada no Dia Municipal sobre a Dislexia, a Semana do Amigo do Bariátrico e a Semana Municipal do SUS (Sistema Único de Saúde).

Polêmica

A discussão sobre a importância ou não de projetos de datas comemorativas voltou à tona na sessão da última terça-feira (16), quando a Câmara aprovou a instituição do Dia Municipal da Música Gospel, de Flávia Cabral. A petebista rebateu as críticas que teria sofrido do que considera como "uma parte sensacionalista da imprensa, que só pega notas de rodapé e tem como método a perseguição e desinformação".

Flávia reclamou que "a pseudo-imprensa" só destacaria a proposta da data comemorativa e não outros dois de sua autoria que também estavam em pauta, o que instala o "QR Code" em placas de obras públicas e o que estabelece a capacitação em Libras (Língua Brasileira de Sinais) como critério de desempate em concursos públicos e testes seletivos da prefeitura.

A fala da parlamentar foi apoiada por outros colegas, como Ailton Nantes, Matheus Thum (PP) e Giovani Mattos. "Todo projeto é importante. Não cabe de uma parte da imprensa 'sentar a madeira' na gente. Isso tem me incomodado porque está acontecendo principalmente com as vereadoras", declarou Mara Boca Aberta (PROS), que seguiu raciocínio do grupo.

Presidente fala

Em entrevista à FOLHA, o presidente da Câmara, Jairo Tamura (PL), minimizou a polêmica. "Propostas de datas comemorativas são importantes para dar visibilidade a um segmento específico, que ele seja conhecido pela sociedade. Não acredito que essa discussão seja irrelevante. Pelo contrário, os vereadores demonstram que se preocupam com um grupo determinado", explicou.