Novo procurador reclama de estrutura
O novo procurador-geral da Justiça, Marco Antonio Teixeira, tomou posse ontem, no início da noite, reclamando da falta de estrutura do Ministério Público do Paraná. Marco Antonio disse que há anos não se criam novos cargos e que como procurador-geral tentará sensibilizar os poderes para o aumento do número de promotores e procuradores. O Paraná tem hoje cerca de 500 promotores e procuradores. Segundo ele, o número é insuficiente para atender à demanda, uma vez que as atribuições do Ministério Público aumentaram.
Marco Antonio disse que vai dar continuidade ao trabalho de seu antecessor, o procurador Gilberto Giacóia, que se despediu do cargo na solenidade. Marco Antonio prometeu ainda atenção especial às investigações envolvendo o Paraná com o narcotráfico e com o crime organizado. ‘‘Vamos nos aprofundar nas questões criminais. A passagem da CPI do Narcotráfico (no início do mês de março) está inserida nesse contexto. Estamos fazendo esforços para apurar todas as denúncias’’, observou.
A posse de Marco Antonio Teixeira foi bastante disputada pelas autoridades. O governador Jaime Lerner (PFL); o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (PTB); e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sydney Zappa; compareceram à solenidade, marcada para às 17h30, no Cietep do Jardim Botânico, em Curitiba. Lerner disse que o escolheu procurador geral não apenas por ter sido o mais votado dentro do Ministério Público, mas pela sua seriedade.
O novo procurador geral é gaúcho. Nasceu em março de 1952 em Porto Alegre. Ingressou na carreira em 1977. Foi promovido a procurador de Justiça somente em 1999 e em menos de um ano chegou ao posto mais alto da hierarquia do Ministério Público. É integrante da comissão institucional encarregada de proceder o levantamento histórico relativo ao Memorial do Ministério Público.
Gilberto Giacóia disse que nos dois anos em que ficou na função de procurador-geral da Justiça tentou conduzir um ‘‘Ministério Público imparcial e apartidário’’. Giacóia se autodenominou como ‘‘homem de interior’’. ‘‘Entrei no Ministério Público em 1980 e passei por diversas cidades. Bandeirantes, Cambará, Londrina... até chegar a procurador-geral’’, contabilizou.(L.D)