Curitiba - O genro e a filha do sócio-controlador da Usimar Componentes Automotivos, Theodoro Hubner Filho, prestaram depoimento ontem à Polícia Federal e ao Ministério Público (MP) federal, negando responsabilidade no esquema de fraudes à Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O projeto Usimar recebeu R$ 44 milhões da Sudam para montar uma fábrica no Maranhão, mas investigações do MP apontam que pelo menos 40% deste total foram desviados para favorecer terceiros.
Roderjan Busato e Magaly Hubner reiteraram a versão que Hubner Filho apresentou aos procuradores no mês passado, sustentando que os responsáveis por montar o esquema de fraude contra a Sudam foram o diretor financeiro da empresa de Hubner, Valmor Filipetto, e o consultor Amaury Cruz Santos. Segundo o procurador Nazareno Wolff, o dinheiro recebido da autarquia circulava por várias empresas ligadas à família Hubner antes de ser enviado para contas no exterior.
Os procuradores irão ouvir hoje o consultor Amaury Cruz Santos para apurar sua participação no caso. ‘‘Segundo o depoimento de Hubner, ele seria o responsável por facilitar a aprovação do projeto Usimar junto à Sudam. Ele inclusive apresentou documentos bancários que mostram depósitos em contas de empresas do Amaury’’, afirmou. Seu sócio, Ulbi Arlant, também será ouvido.
Além da Usimar, outra empresa com sede no Paraná também sofre investigação da Polícia Federal (PF) para detectar a existência de fraudes contra a Sudam. A Nova Holanda recebeu verbas da autarquia para realizar a irrigação de uma área de 17 mil hectares em Balsas (MA), destinadas a plantação de soja.
O delegado da PF no Distrito Federal, Rodney Miranda, irá tomar o depoimento de José Roberto Santos na sexta-feira, em Curitiba. No começo da semana, o delegado já tinha ouvido outras três pessoas envolvidas no caso, em Blumenau (SC). ‘‘Trabalhamos com a hipótese de que o projeto Nova Holanda possa ter sido aprovado nos mesmos moldes que o da Usimar’’, comentou Miranda.