O vereador Filipe Barros (PSL) e representantes de sindicatos voltaram ao 2º Juizado Especial Criminal no final da tarde desta quarta-feira (4) para tentar uma conciliação no processo movido pelas entidades em razão dos xingamentos proferidos durante a greve do dia 28 de maio do ano passado. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar chama os manifestantes de "vagabundos". Pelo menos por enquanto, um acordo está longe de ser fechado.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Eletricitários e porta-voz do coletivo, Sandro Runkel, Barros não quis a proposta de transação penal de R$ 5 mil oferecida pelo Ministério Público. Na linguagem jurídica, o termo significa uma espécie de negociação entre as partes. O promotor Eduardo Nagib, também presente na audiência, confirmou que o vereador rejeitou ainda a suspensão condicional do processo. Com esta decisão, o juiz Luiz Eduardo Asperti Nardi vai analisar um recurso impetrado pela defesa do acusado.

Imagem ilustrativa da imagem Nova audiência entre vereador e sindicalistas termina sem acordo
| Foto: Reprodução/CML


Segundo o advogado Vinícius Borba, a ação deve ser cancelada "pela falta de elementos mínimos que configurem um crime. Ele (Filipe Barros) estava em uma manifestação política. Aquilo foi uma ponderação crítica enquanto homem público. Nem sempre essas opiniões são agradáveis. No Brasil de hoje, há excessos em todos os lados", disse. O defensor adiantou que já arrolou testemunhas se a Justiça não acatar as contestações de encerramento processual.

O representante dos grupos sindicais tem uma opinião bastante diferente. "Nós entendemos que ele cometeu um delito grave ao ofender a categoria daquele jeito. Não desejamos uma conciliação porque entendemos que o vererador não se arrependeu inteiramente. Ele avaliou que teria se excedido no parecer dado aos trabalhadores, mas em nenhum momento pediu desculpas aos sindicatos", observou Runkel.

Dias após o ocorrido, as entidades pediram a abertura de um procedimento disciplinar na Câmara Municipal para investigar a conduta de Barros. Na época, o argumento é de que ele teria ferido um dos artigos do Código de Ética da Casa. A comissão que tratou do caso emitiu uma punição escrita ao acusado, resultado amplamente questionado pelas associações. Procurado pela FOLHA, o parlamentar não quis comentar o caso.