"Não temos notícia de fraude eleitoral na urna eletrônica no Paraná", diz presidente do TRE
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terça-feira, 22 de junho de 2021
Guilherme Marconi - Grupo Folha

Para o presidente do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, desembargador Tito Campos Paula, não há motivos para contestar a urna eletrônica implantada há 25 anos. "Estou há 32 anos na Justiça Eleitoral desde à época do voto de papel e urna de lona. Desde o início das urnas eletrônica não tivemos notícia de fraude eleitoral no Paraná. Pelo contrário, na época da cédula de papel tínhamos problemas. Hoje o boletim de urna é impresso e não é possível se manipular o resultado. Temos total confiança no processo eleitoral."
Apesar de considerar legítima a tentativa do Congresso de defender o voto impresso, o presidente do TRE classifica como inviável a implantação do sistema por conta do alto custo. "Ainda que eventual aprovação da PEC, não significa que vamos voltar à cédula de papel. O que ocorreria é ter uma impressora acoplada às atuais urnas eletrônicas. Isso poderá implicar um custo de R$2 bilhões. Não temos certeza ainda se daria tempo para fabricar essa quantidade de impressoras e chips necessários".
Segundo Campos Paula, atualmente existem inúmeras auditorias feitas para atestar a eficiência das urnas. "O que acontece é que os próprios partidos são convidados a participar desse processo e não comparecem." Ele elenca que no registro do voto é todo criptografado para evitar fraudes. "No Paraná, por exemplo, no dia da eleição fazemos sorteio de quatro urnas eletrônicas que são feitos votos paralelo em papel para confrontar os votos."
O desembargador afirma que as eleições municipais mostraram a eficiência do sistema e que não há contestação. "No ano passado teve um atraso na divulgação do resultado que ficou centralizado no TSE em Brasília. Em Curitiba, eu queria saber quem tinha vencido a eleição na minha cidade natal, Ribeirão do Pinhal (Norte Pioneiro), e só havia sido divulgado 30% da apuração. Mas pelo Whatsapp minha irmã já sabia o resultado logo após encerramento às 17 horas. Isso foi possível pelos próprios partidos que somando os boletins de urna impressos no final da tarde. A imensa maioria dos municípios já tinha esse material, mesmo antes do resultado oficial liberado pelo TSE. Isso prova a credibilidade da urna eletrônica."
Para fazer frente aos ataques vindos do governo Bolsonaro, a Justiça Eleitoral vai lançar também em agosto uma campanha para evidenciar a transparência do voto eletrônico. "Essa campanha é de âmbito nacional e devemos seguir essa política. Já na esfera TRE, estamos desde a última eleição em campanha de combate às fake news para combater qualquer tentativa de ataque à instituição." disse.

