Lucilia Okamura
De Londrina
Depoimentos colhidos no Ministério Público (MP) comprovam despesas irregulares na inauguração do Pronto Atendimento Infantil (PAI), em março do ano passado, em Londrina. A informação foi dada ontem de manhã pelo promotor de Investigações Criminais, Cláudio Esteves, aos integrantes da Comissão Processante (CP) da Câmara – os vereadores Orlando Bonilha (PDT), Carlos Santa Rosa (PFL) e Alvair Avelino de Souza (PSB).
A CP apura denúncia de que o prefeito Antonio Belinati teria cometido crime de improbidade administrativa e promoção pessoal na realização de publicidade do PAI. Os integrantes da comissão visitaram Esteves ontem de manhã para solicitar cópias de depoimentos e documentos do MP que tratam do assunto.
Esteves informou que encaminharia ainda ontem aos membros da CP alguns depoimentos relacionados à inauguração do PAI. Ele não quis adiantar os nomes das pessoas e nem o teor das declarações. ‘‘Os depoimentos provam que houve despesas irregulares’’, resumiu.
Segundo Esteves, o MP não pode encaminhar à Câmara apenas dois depoimentos que estão sendo mantidos sob sigilo e se referem à campanha publicitária. ‘‘Só vamos liberar depois de concluirmos algumas providências’’, justificou.
Bonilha, que é o presidente da CP, reafirmou ontem que pretende concluir os trabalhos em 60 dias – o prazo oficial é de três meses. Desde ontem está correndo um prazo de 10 dias para o prefeito apresentar sua defesa por escrito.
Além das investigações sobre irregularidades na administração municipal, o MP apura lavagem de dinheiro. Segundo Esteves, a busca do dinheiro desviado dos cofres públicos resultou no descobrimento de uma conta fantasma no Banestado. ‘‘Há várias outras contas investigadas de empresas fantasmas ou de pessoas que tiveram seus documentos usados’’, disse.
O promotor ressaltou que estas contas fantasmas não estão relacionadas ao caso AMA-Comurb. ‘‘Apenas uma parte pequena tramitou em uma das contas’’, observou. Ele não descartou a hipótese de as contas estarem envolvidas com narcotráfico.