Movimento quer Emília fora
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segunda-feira, 15 de maio de 2000
Lino Ramos De Londrina
O Movimento pela Moralização na Administração Pública quer auxílio dos deputados estaduais para evitar que a vice-governadora, Emília Belinati (PTB), assuma o comando do Palácio Iguaçu caso o governador Jaime Lerner (PFL) faça nova viagem ao exterior. O assunto foi tema de uma reunião ontem à noite na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Londrina, com representantes de 12 entidades que integram o Movimento.
Vamos discutir o que fazer e sugerir que o vice-governadora, Emília Belinati, não tem legitimidade para assumir o Governo, visto que está sendo investigada pelo Ministério Público e se encontra com os bens indisponíveis, justificou o presidente da OAB, Lauro Fernando Zanetti.
Amanhã à tarde o Movimento pela Moralização deve receber uma comissão de 10 deputados estaduais, que vem a Londrina para conhecer melhor as denúncias de corrupção que envolvem o deputado estadual Antonio Carlos Belinati (PSB) e a vice-governadora. O governador está para pedir licença na Assembléia, mas como ela vai assumir o governo sendo investigada pelo Ministério Público?, questionou Zanetti, que pretende levar os deputados ao Ministério Público para que eles conheçam as denúncias sob investigação.
Na reunião de ontem à noite, os representantes das entidades não discutiram qual será a tática para acompanhar os recursos que o prefeito Antonio Belinati (PFL) deverá apresentar ao Tribunal de Justiça (TJ). Porém, a comissão de mobilização do movimento decidiu ir à Câmara hoje à tarde pressionar os vereadores a votar o pedido de abertura de nova Comissão Processante (CP) contra Belinati, desta vez para investigar irregularidades na privatização da Sercomtel e a compra de marmitex para a campanha eleitoral de 98 com dinheiro público.
Em relação ao afastamento de Belinati, Lauro Zanetti entende que não há um prazo definido para que o juiz Celso Saito determine a publicação de edital para intimar o prefeito, caso ele insista em se esconder. Não há um prazo definido, basta o oficial certificar-se que o prefeito está se escondendo. O juiz também pode determinar que imediatamente o presidente da Câmara assuma o cargo porque a cidade não pode ficar sem governante, analisou. Hoje à noite, representantes das entidades realizam uma plenária para discutir novas ações do movimento pela moralização.
Ontem à noite, a assessoria de imprensa da vice-governadora Emília Belinati informou que ela não iria se manifestar porque seus advogados ainda não tinham conhecimento do processo e da decisão do juiz Celso Saito. Fontes do Palácio Iguaçu também negaram que o governador Jaime Lerner esteja com nova viagem marcada para o exterior.