SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Morreu na madrugada deste sábado (25), em São Paulo, o ex-deputado federal José Mentor (PT), aos 71 anos. Ele estava há mais de dez dias internado no hospital 9 de Julho após ter contraído o novo coronavírus.

O PT de São Paulo e a família confirmaram a informação. Pela manhã, Antonio Mentor, irmão do ex-deputado, postou uma mensagem sobre a morte em rede social.

"Com muita tristeza e dor comunicamos que, depois de uma longa luta contra a covid-19, o meu irmão José Mentor nos deixou. Agradecemos a todos que prestaram a sua solidariedade a ele e a nossa família neste momento difícil."

Em nota de pesar, o PT de São Bernardo relembra a trajetória política de Mentor, que teve início no movimento estudantil, na década de 1960, quando ex-deputado cursava direito na PUC-SP. A nota afirma que Mentor "já faz muita falta por seu companheirismo e dedicação à luta pelo bem comum."

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) prestou condolências em uma rede social.

"Meus sentimentos à família do ex-deputado federal José Mentor, vítima do covid-19. Parlamentar destacado na luta pelos direitos dos trabalhadores. Uma pena", escreveu Haddad.

Um dos fundadores do PT, José Mentor, que também era advogado, foi deputado federal por quatro legislaturas, entre 2003 e 2019. Nas últimas eleições, em 2018, recebeu 55.022 votos e não conseguiu a reeleição. Também foi vereador em São Paulo por três vezes e deputado estadual.

No Congresso, Mentor foi relator da CPI do Banestado, iniciada em 2003, com base em investigações da Polícia Federal. O objetivo era apurar responsabilidade sobre evasão de divisas, de um montante de US$ 30 bilhões (R$ 161 bilhões na cotação atual), movimentados entre 1996 e 1997.

Segundo as investigações, o principal destino do dinheiro no exterior era uma agência do Banestado em Nova York. Em um ano e meio, foram indiciadas 91 pessoas por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção ativa.

O nome de Mentor foi citado ainda em dois escândalos de corrupção: o mensalão, em 2005, e o petrolão, em 2014. Ele foi denunciado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, em inquérito da Lava Jato, em 2017, por corrupção e lavagem de dinheiro.