Imagem ilustrativa da imagem Ministério Público investiga troca de favores para barrar CP na Câmara
| Foto: Fernando Cremonez/Ascom/CML



O Gepatria (Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa) instaurou procedimento nesta segunda-feira (16) para investigar um suposto favorecimento a quatro vereadores no Executivo com intuito de barrar a CP (Comissão Processante), que será votada nesta terça-feira (17), contra os parlamentares Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV), réus na Operação ZR3. A informação foi confirmada à FOLHA pelo promotor Renato de Lima Castro.

De acordo com ele, o Ministério Público vai ouvir na manhã desta terça os vereadores Jairo Tamura (PR), João Martins (PSL) e José Roque Neto (PR), além do suplente Emanuel Gomes (PRB), que votará no lugar de Filipe Barros (PSL), autor da representação contra Takahashi e Alves.

"A finalidade é verificar se houve troca de favores com indicações ao Executivo de apadrinhados dos vereadores, que assim, votariam contra a abertura da CP", explicou o promotor do Gepatria.

Membro e um dos fundadores do movimento contra a corrupção "Por Amor a Londrina", Auber Silva Pereira, disse que o grupo se reuniu nesta segunda-feira com MP para solicitar as investigações. "A quem interessa não ir adiante com uma Comissão Processante. Uma ferramente legítima e transparente", questionou.

ZR3

Além da suposta troca de favores para barrar a CP, o movimento também fez uma outra representação e apresentou uma lista complementar a Operação ZR3, que investigou o esquema de pagamento de propina para mudança de zoneamento em Londrina. De acordo com ele, a lista foi levantada após trabalho de aproximadamente seis meses e também pode ser objeto de investigação. "A lista tem mais 40 vereadores com nomes de 2008 para cá, que atuavam de modo parecido em relação aos investigados na ZR3", afirmou.

CARGOS NO EXECUTIVO

Procurado pela FOLHA, Emanuel Gomes afirma que, mesmo não apoiando a candidatura de Marcelo Belinati à Prefeitura em 2016 em detrimento ao apoio à Sandra Graça, se colocou à disposição de Belinati logo que eleito.

Gomes lembrou que o prefeito havia comentado, meses depois, em julho do ano passado, durante a festa de casamento do ex-vereador, que a Secretaria da Mulher iria precisar de uma advogada, indicando, então, a própria esposa.

"Ela desenvolve o trabalho dela como advogada na área cível, tem pós-graduação e esta ajudando sim na Secretaria", explicou Gomes.

Já o vereador João Martins disse que nunca indicou ninguém aos cargos do Executivo. "O prefeito tem autonomia pra escolher quem ele quer e eu voto com a minha consciência. Nenhum vereador, seja ele quem for, mais próximo ou mais distante de mim, nem secretário, nem prefeito me pressionou ou pediu nada para votar. Voto com a minha consciência. Perto de mim nunca passou isso aí", respondeu Martins.

Por meio do Núcleo de Comunicação, o prefeito Marcelo Belinati classificou as denúncias como "absurdas".

Os vereadores Jairo Tamura e José Roque Neto foram procuradores, mas não atenderam as ligações até a publicação desta matéria.