Passados três dias desde os atos extremistas contra as sedes dos Três Poderes da República, em Brasília, o caso acabou tendo repercussão nas redes sociais de quatro do total de oito deputados federais e estaduais com base de atuação em Londrina.

Durante a tarde desta quarta-feira (11), a FOLHA visitou, em diferentes plataformas, as páginas oficiais dos parlamentares já com mandato e também dos eleitos para a próxima legislatura. Entre o grupo, metade decidiu vir espontaneamente a público e se manifestar em relação ao episódio de violência explícita e depredação do patrimônio público na capital federal: os deputados federais Filipe Barros (PL) e Luísa Canziani (PSD), além do deputado estadual Tercílio Turini e da deputada estadual eleita Cloara Pinheiro, ambos do PSD.

Já no domingo (8), Canziani escreveu no Twitter que estava “estarrecida” diante dos fatos. “Defendemos responsabilização aos culpados e punição exemplar na forma da lei. A ordem pública e o Estado Democrático de Direito devem prevalecer, sempre”, acrescentou a parlamentar.

Alinhado a Jair Bolsonaro, Barros republicou na segunda-feira (9), através de suas contas no Facebook e Instagram, um tweet feito pelo ex-presidente no dia anterior. “Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, escreveu Bolsonaro no Twitter.

Logo no dia do ocorrido, Turini chamou de “inaceitável” o vandalismo generalizado em Brasília. “Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a sociedade organizada e toda a Nação precisam de união e de todo o apoio para resguardar o Estado Democrático de Direito, assegurando o pleno funcionamento das instituições e as garantias constitucionais dos cidadãos. Qualquer excesso deve ser tratado como crime e precisa ser contido”, defendeu o deputado estadual por meio do Facebook e Instagram.

Eleita em outubro e prestes a assumir mandato na nova legislatura da Assembleia Legislativa do Paraná, Cloara Pinheiro também usou o Facebook e o Instagram no domingo para abordar o caso. “Protestar de forma pacífica e legítima é direito da população. Mas de forma alguma podemos compactuar com a destruição dos prédios públicos e ameaças aos agentes de segurança como vimos hoje. Lamentável. Repudio qualquer ato antidemocrático e radicalismos”, afirmou a recém-chegada na Casa.

Apoiador de Bolsonaro, Diego Garcia (Republicanos) ainda não mencionou ou comentou o episódio em suas redes sociais, bem como o deputado federal eleito Marco Brasil (PP) e os deputados estaduais Cobra Repórter e Tiago Amaral, ambos do PSD.

Acil

Assim como a Sociedade Rural do Paraná (SRP) fez na terça-feira (10), a Acil ( Associação Comercial e Industrial de Londrina) decidiu vir a público para divulgar à população o que pensa em relação ao movimento de extremismo que atacou as instituições da República. Em nota nesta quarta-feira, a Acil pontuou que “reconhece o direito dos cidadãos de se manifestarem politicamente [...] No entanto, repudiamos todo e qualquer ato de vandalismo e depredação do espaço público”. A entidade reivindicou “a necessidade de um olhar mais cuidadoso por parte das autoridades que, neste momento, precisam de uma postura seletiva, para que fique claro quem é vândalo e quem está exercendo o direito da livre manifestação.”

CANAL DE DENÚNCIA

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) abriu um canal de denúncia para, segundo o órgão, “receber notícias relacionadas a atos antidemocráticos no estado”. Os meios de contato são o endereço [email protected] e o telefone (41) 3219-5000. Também é possível denunciar através da aba “Denúncia”, dentro do site do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (gaeco.mppr.mp.br), que será o responsável por centralizar as informações. Relatos anônimos são aceitos.

De acordo com o MP, “a população pode encaminhar informações referentes à organização desses atos, dados sobre possíveis financiadores ou fomentadores desse tipo de ação, ameaças de invasões a órgãos públicos e outras situações.”

O órgão afirmou que, desde domingo, “acompanha os desdobramentos dos fatos, com atuação direta junto às autoridades de segurança do Estado.”

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