BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - Recém-empossado no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro André Mendonça assumiu a relatoria de uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o documento pede que Bolsonaro seja investigado por prevaricação e advocacia administrativa.

O caso chegou ao Supremo após Bolsonaro ter afirmado, em evento da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) no último dia 15, que mandou "ripar" servidores do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) ao ser informado que o órgão interditou uma obra do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

O caso do Iphan veio à tona em maio do ano passado, quando Kátia Bogéa, ex-presidente do órgão, afirmou ter sido demitida após a paralisação da construção de uma loja da Havan em Rio Grande (RS), devido a um achado arqueológico.

Aos empresários na Fiesp, Bolsonaro disse que a obra parou devido a um "pedaço de azulejo nas escavações".

"Tomei conhecimento que uma obra de uma pessoa conhecida, o Luciano Hang, estava fazendo mais uma loja, e apareceu um pedaço de azulejo nas escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei para o ministro da pasta e (perguntei) que trem é esse? O que é Iphan? Explicaram para mim, tomei conhecimento e ripei todo mundo do Iphan", disse o presidente, para aplausos do público.