A secretária municipal de Assistência Social, de Políticas para as Mulheres e do Idoso, Marisol Chiesa, ressaltou nesta quinta-feira (9) que a fusão das três pastas para criar a Secretaria da Família e do Desenvolvimento Social será uma “reorganização” e que a nova composição não deixará lacunas no atendimento à população. Ela falou à imprensa durante o Consultório na Rua, uma ação integrada com a pasta de Saúde voltada à população em situação de rua.

A decisão do prefeito Tiago Amaral (PSD) de acabar com as estruturas independentes das pastas da Mulher e do Idoso foi criticada por entidades e lideranças locais. Apesar disso, a tendência é que o chefe do Executivo não recue e mantenha em pé sua reforma administrativa, que deverá ser enviada à CML (Câmara Municipal de Londrina) após o recesso legislativo, em fevereiro.

“Você traz para o mesmo guarda-chuva e possibilita toda essa reestruturação sem lacunas. Você tem como dividir um ser humano? Ele tem que ser visto na sua totalidade. É isso que nós queremos”, disse Chiesa, que entende que fracionar os serviços não é positivo. “Vamos ter os alinhamentos, todas as especificidades serão mantidas, todos os programas continuados. ‘Ah, vai extinguir’. Não vai, vai ser reorganizado, vamos potencializar, alinhar e entregar o melhor serviço para aquela pessoa."

A secretária também rebateu a alegação de que o acúmulo de três pastas poderia atrapalhar o atendimento aos públicos-alvo das secretarias. “Jamais. Quando você reorganiza, você otimiza. Você traz as situações que precisam ser analisadas e traz soluções, todo mundo junto. A mulher é de todos; o idoso é de todos. A violência é uma preocupação de todos”, acrescentou.

Chiesa ainda garantiu que não haverá prejuízo em políticas públicas. “Todos os programas, todos os projetos [serão mantidos], nenhum servidor será prejudicado. Meu perfil é alinhamento, construção, cuidado, objetividade e resultado.”

AÇÃO INTEGRADA

Das 7h30 às 11h30 desta quinta-feira, as secretarias de Assistência Social e de Saúde realizaram o Consultório na Rua, uma ação do Ministério da Saúde para atendimento às pessoas em situação de rua na área central de Londrina.

Chiesa ressaltou que o poder público busca atender essas pessoas “em sua totalidade” e que, de acordo com a situação, é feito o encaminhamento para serviços como o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e Centro POP.

“Essas pessoas em situação de rua precisam entender que possuem uma perspectiva de vida. Então, vamos entender, fazer a leitura, tratar e procurar ressocializar para que estas pessoas possam ter dignidade”, frisou a secretária.

Rita Domansky, secretária interina de Saúde, lembrou que os atendimentos são diários, mas a abordagem interdisciplinar com médico, psiquiatra, enfermeiro e assistente social é realizada às quintas-feiras. “Esses profissionais abordam os moradores de rua e fazem os levantamentos das suas necessidades e os devidos encaminhamentos”, explicou.

RESPOSTA IMEDIATA

Dar uma resposta ao aumento da população de rua foi uma das promessas de campanha do prefeito. Chiesa disse que isso é possível “intensificando os trabalhos e mostrando os cuidados e que é possível a dignidade”.

“Temos que estar juntos e conversar. Esse morador [de rua] tem que entender que ele tem uma perspectiva de vida, e é isso que nós queremos. Na rua, não; não é justo nem digno. Vamos entender, fazer a leitura, tratar, ressocializar, mostrar a dignidade e a oportunidade de trabalho”, completou.