RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Candidato à Prefeitura de Jaboticabal (a 342 km de São Paulo), Marcos Bolsonaro (PSL) disse que entre as medidas que tomará caso seja eleito está a criação de uma guarda civil armada, que atuará como uma espécie de Polícia Militar paralela, e que não cederá à pressão de vereadores por cargos.

As afirmações foram feitas na quarta sabatina da Folha com os concorrentes a administrar a cidade do interior paulista a partir de 1º de janeiro.

Terceira maior cidade da região administrativa de Ribeirão Preto, Jaboticabal tem cobertura completa da Folha durante as eleições municipais deste ano.

Primo distante do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o candidato disse que a proposta é criar uma guarda municipal armada, que teria inicialmente 50 homens e estaria vinculada à Secretaria da Segurança Pública, que também será implantada caso vença as eleições em 15 de novembro.

"Seria uma segunda Polícia Militar, ela só não pode ser uma polícia do rei, isso não, vai ser polícia da população, não é para proteger prefeito, essas coisas, é para trabalhar com a população. Penso dessa maneira", disse o candidato.

A proposta de colocar mais homens na rua tem como objetivo suprir o deficit de policiais militares ao longo dos anos na cidade. "Entendemos que para suprir a necessidade devemos montar essa Guarda Municipal."

Os cinco candidatos serão sabatinados pelos jornalistas Eduardo Scolese, editor de Poder da Folha, e Marcelo Toledo, correspondente da Folha em Ribeirão Preto, vizinha a Jaboticabal.

Questionado sobre a origem do dinheiro para colocar a proposta em prática caso seja eleito, Bolsonaro disse que vai recorrer a fundos de segurança pública e que fará boa gestão dos recursos públicos. Afirmou ainda que buscará verbas de emendas parlamentares de deputados do PSL.

O candidato disse que as nomeações em seu eventual governo serão técnicas -e, por isso, não quis que seu partido se coligasse com nenhuma sigla para a eleição-, e que não cederá a pressões da Câmara. "Minha lealdade vai ser com o povo, quero governar para o povo e com o povo", disse.

Questionado se a afirmação não teria um tom apenas romântico, já que negociações para a aprovação de projetos na Câmara são necessárias, ele afirmou que agirá com transparência e dentro da lei.

"Lógico, vamos conversar [com os vereadores], mas não queremos conchavo, não queremos coisas erradas, não queremos loteamento de cargos. A população vai saber 'mandei projeto, não foi aprovado, é por isso'", disse.

O encerramento da série de sabatinas será com Professor João (DEM), ex-vereador e ex-secretário da Saúde, que vai ao ar às 9h desta sexta-feira (23).

Além dos ingredientes políticos colocados na disputa deste ano, a cidade foi escolhida pelo jornal por ser um município com forte peso educacional, destacar-se em setores econômicos como o sucroenergético e por ter uma campanha sem horário eleitoral na TV e com atuação restrita da imprensa profissional.

O primeiro participante da série de sabatinas foi o atual vice-prefeito, Vitorio de Simoni (MDB), que disse que seu eventual governo não será uma continuação do mandato de José Carlos Hori (Cidadania), que hoje governa a cidade.

Na terça (20), Professor Emerson (Patriota), ex-vereador e que disputa pela terceira vez a prefeitura, disse que, se eleito, irá revisar contratos e aluguéis e reduzir o total de comissionados na cidade.

Nesta quarta-feira (21), Baccarin (PT), ex-prefeito, propôs discutir a cobrança de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) mais alto de grandes proprietários de imóveis que não estejam em uso como forma de subsidiar a tarifa do transporte coletivo.