Maioria aprova aproximação entre Requião e Orestes Quércia
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quarta-feira, 19 de novembro de 1997
Leandro Donatti Curitiba
Arquivo FolhaTorcedorQuercista declarado, Orlando Pessuti se diz feliz com o namoro entre Requião e QuérciaO comando do PMDB no Paraná apóia a aproximação do senador Roberto Requião e do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia que, em nome do lançamento de candidatura própria na sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), passaram a ser aliados desde segunda-feira. Em política tudo é possível, disse ontem o presidente em exercício do diretório regional do partido, Milton Buabssi.
Para ele, as diferenças pessoais entre os dois já foram superadas há muito tempo. Hoje, eles têm uma meta em comum, que é o combate ao neoliberalismo, acentua.
O líder do PMDB da Assembléia Legislativa, deputado Orlando Pessuti, está feliz com o namoro entre os dois. Quercista declarado em 94, Pessuti foi um dos poucos peemedebistas que fez campanha para o ex-governador de São Paulo na disputa presidencial. Acho que tanto um quanto o outro demonstraram grandeza ao deixar as intrigas pessoais de lado, assinala.
Até o deputado Caíto Quintana - que foi o chefe da Casa Civil na época da instalação no Palácio Iguaçu do disque-Quércia, uma linha direta para denúncias contra o ex-governador paulista - vê com bons olhos a união Requião-Quércia, mas somente sob o ponto de vista político-partidário.
A aproximação dos dois, na verdade, trouxe perplexidade somente para alguns setores do PMDB. Justamente aqueles que apoiaram Quércia nas prévias de 94. O principal cabo eleitoral do ex-governador paulista, Pedro Longo (ex-presidente do PMDB de Curitiba), classificou ontem como estranha a união. Estão mostrando a cara, provoca. Longo lembra que a campanha organizada por ele e Reinaldo de Almeida Cesar rendeu-lhe a exoneração do cargo de assessor no Porto de Paranaguá. Fui demitido por apoiar quem eles estão apoiando hoje, critica.
Requião e Quércia travaram durante meses uma briga para vencer as prévias presidenciais do PMDB, que acabaram sendo faturadas pelo ex-governador de São Paulo. O disque-Quércia era uma linha direta para quem quisesse acionar o gabinete do governador e fazer denúncias contra Quércia.