O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou, neste sábado (19), o assentamento Eli Vive, no distrito de Lerroville, em Londrina. Batizada de “Jornada de Solidariedade: Rumo aos Comitês Populares”, a atividade foi organizada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). O presidenciável tinha a chegada prevista para as 10 horas da manhã no assentamento, mas só subiu no palco montado pela coordenação do MST poucos minutos antes das 14 horas. Ele discursou por pouco mais de meia hora, encerrando a solenidade, que contou também com outras lideranças petistas, como a presidente do partido, deputado federal Gleisi Hoffmann, o pré-candidato ao governo do Paraná e ex-governador Roberto Requião, que se filiou ao partido na sexta-feira (18), deputados federais e estaduais, vereadores, além da apresentadora e chef de cozinha Bela Gil (PSOL).

Imagem ilustrativa da imagem Lula visita assentamento Eli Vive, do MST em Londrina
| Foto: Diego Prazeres

Lula disse aos trabalhadores sem terra que não teria razões de querer voltar a ser presidente aos 76 anos, porém ressaltou que "nunca este país precisou tanto" que ele voltasse a ser candidato. “Não é arrogância. Vou dizer do fundo de meu coração que nenhum dos outros candidatos conhece 10% do que passei para se candidatar. Eles não sabem o que é passar fome, eles não dormiram na calçada só de shorts e ficaram batendo queixo. Eles não tiveram a casa invadida pela lama. Não pisaram em chão de fábrica e não sabem o que o trabalhador precisa.”

Em seu discurso, o presidenciável reforçou a necessidade de eleger parlamentares ligados aos movimentos sociais, como o MST. “Não basta eleger Requião e Lula se não mudar a qualidade dos deputados. Posso dizer, com a minha experiência, que o Congresso brasileiro nunca esteve tão deformado e tão antipovo e submisso aos interesses antinacionais. Talvez seja o pior Congresso que tivemos no Brasil.”

ORÇAMENTO SECRETO

Lula reforçou que a atual legislatura criou o orçamento secreto, que ele qualificou como lesa-pátria. "Ontem (sexta) anunciaram a formação de uma comissão que estuda a criação do semi presidencialismo. Embora o parlamentarismo tenha sido rejeitado por plebiscito, a comissão estuda mudança na constituição em que a população vai eleger um presidente, mas quem vai governar é a Câmara para fazer todas as desgraceiras", afirmou o petista, que durante o discurso também criticou o governo de Jair Bolsonaro (PL), o qual taxou de "fascista e contra o povo" e atacou o ex-juiz e presidenciável Sergio Moro (Podemos).

Lula deixou o assentamento por volta das 16h30.

A Polícia Militar destacou 10 viaturas para garantir a segurança do entorno do assentamento, desde o trecho de acesso a Lerroville, pela PR-445, e a Guarda Municipal manteve duas viaturas em frente à entrada do espaço.

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