São Paulo - A senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceira colocada na disputa pela Presidência, declarou, nesta quarta-feira (5), apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

Imagem ilustrativa da imagem Lula e Tebet selam acordo para o segundo turno
| Foto: Miguel Schincariol/AFP

"O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós", disse ela em pronunciamento nesta tarde. "Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças. A negação atrasou a vacina, a arma ocupou o lugar dos livros. A iniquidade fez curvas à esperança. A mentira feriu a verdade", afirmou Tebet. "Por tudo isso [...], depositarei nele [Lula] o meu voto".

Tebet e Lula almoçaram juntos em São Paulo, na casa da ex-prefeita Marta Suplicy. O ex-presidente já havia conversado, nesta segunda-feira (3), com Tebet. Antes do telefonema, o vice da chapa de Lula, Geraldo Alckmin, também conversou com a senadora. Após uma série de contatos, o telefonema foi intermediado pela mulher do ex-presidente, a socióloga Rosângela da Silva.

Na manhã desta quarta, o MDB anunciou a posição de neutralidade do partido no segundo turno, liberando seus filiados para apoiar Lula ou Jair Bolsonaro (PL).

A posição de neutralidade do MDB vinha sendo questionada por alguns membros do partido, que pediam que o partido tomasse uma posição. O tesoureiro do partido, senador Marcelo Castro (MDB-PI) havia afirmado que seria necessário o MDB escolher um candidato pela sua "história em defesa da democracia, de liberdade, de estado de direito, de respeito às instituições". A ala emedebista mais vocal defende apoio a Lula.

O petista também anunciou nas redes sociais que terá apoio do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Ele compartilhou foto ao lado de Helder.

Tebet ficou em terceiro lugar na disputa presidencial, com 4,2% dos votos. Ela terminou a frente do pedetista Ciro Gomes (PDT), que ficou para trás na reta final da campanha.

O apoio da senadora a Lula já havia sinalizado logo após o anúncio do resultado do primeiro turno das eleições. No entanto, disse que aguardaria a posição dos presidentes dos partidos que participaram de sua coligação.

"Não esperem de mim omissão. Tomem logo [presidentes dos partidos da coligação] a decisão, porque a minha já está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Eu só espero que vocês entendam que esse não é qualquer momento do Brasil", afirmou naquele momento a senadora em pronunciamento na sede do comitê de campanha.

CRÍTICAS A BOLSONARO

O ex-presidente Lula minimizou, nesta quarta-feira (5), os apoios que o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu para a disputa no segundo turno, afirmando que é "o mesmo do mesmo".

"A somatória do meu adversário é o mesmo do mesmo. Ele já está tendo apoio de quem já apoiou ele no primeiro turno. Todo mundo sabia que o governador do Rio [Cláudio Castro] era bolsonarista, que o Tarcísio [de Freitas] era bolsonarista, que o Rodrigo [Garcia] era bolsonarista. E nós vamos juntar os diferentes para vencer os antagônicos", disse Lula ao lado do presidente do PDT, Carlos Lupi, na tarde desta quarta.

O ex-presidente disse acreditar "piamente" na vitória nas eleições e afirmou que irá aumentar a diferença de votos registrada no primeiro turno entre ele e Bolsonaro "em muito".

Na terça (4), Bolsonaro recebeu apoio do governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).

O petista se encontrou com o presidente do PDT, Carlos Lupi, e o ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT), derrotado na disputa pelo Governo do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (5). Lula afirmou que "o PDT e o Ciro [Gomes] valem muito mais do que os votos que tiveram". "A história do Ciro não é uma história de 3,5% de votos. O Ciro vale muito mais do que isso, é muito mais importante do que isso, significa mais do que isso."

FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi outro a declarar apoio ao seu ex-adversário nesta terça. no segundo turno das eleições presidenciais. "Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu FHC no Twitter.

Lula foi às redes agradecer ao apoio. "Pela democracia e pela inclusão social. Obrigado pelo seu voto e confiança. O Brasil precisa de diálogo e de paz", escreveu o petista

O ex-presidente tucano, que tem 91 anos, não votou no primeiro turno, por orientação médica. Como a Folha de S.Paulo mostrou, o médico recomendou que ele evitasse o tumulto que marca os dias de votação.

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