Fake news, a questão
Fatos já ocorridos no Paraná dão uma ideia da inutilidade, descontada a boa intenção, dos acordos que o TSE vem firmando com grupos interessados no combate às fake news. E tivemos na semana uma espetacular em Sergipe na mensagem psicografada do ex-prefeito Marcelo Deda contra o ex governador Jackson Barreto (MDB) e atribuída ao médium baiano Divaldo Franco, 91 anos, que a teria captado por meio do espírito de Joanna de Angelis. Divaldo, ao saber do saque, gravou vídeo negando a autenticidade da carta.
Se até o mundo espiritual é utilizado numa campanha eleitoral dá para perceber a enorme dificuldade que a justiça eleitoral terá para cuidar do assunto, estabelecer consensos na base da boa vontade com o Google, Facebook e empresas de comunicação.
Para tirar José Richa, que era o favorito, do segundo turno, o PMDB do então candidato Roberto Requião massificou a questão da sua aposentadoria com certidões fajutas. Por sinal que dos participantes da burla o único que não pediu aposentadoria foi Alvaro Dias, que era o governador à época, já que Requião a desfruta há muito tempo. Um caso clássico de fraude em tempo integral. Candidatos laranja de partidos nanicos, com suas provocações bem urdidas, dispensam notícia porque eles, sim, são essencialmente falsos e legalmente incontestáveis.

Testemunhos
Lula incluiu entre suas testemunhas de defesa dois ex-presidentes: Fernando Henrique Cardoso e sua sucessora Dilma Rousseff, que por videoconferência depôs ontem no caso do sítio de Atibaia.

Horizonte sombrio
Além de estar travado pela decisão do ministro Lewandowski na venda das estatais, para tentar o desafogo do caixa, Michel Temer sofreu outra derrota: o ministro Barroso deu, ontem, mais prazo aos investigadores na questão dos portos.

Empate
Pesquisa mais recente do Ibope voltou a mostrar Lula na frente, com 33%. No cenário sem o ex-presidente, Bolsonaro e Marina aparecem em empate técnico. Na frente, Bolsonaro, com 17%, e Marina, com 13%, e como a margem de erro é de dois pontos percentuais há empate. Seguem Ciro Gomes, com 8%, Geraldo Alckmin, com 6%. Alvaro aparece com 2% e curiosamente surgem os primeiros carros em Curitiba com seu decalque eleitoral.

Momento ruim
Mau momento para o sindicalismo brasileiro: além dos efeitos gerais da reforma trabalhista, o STF aplicou uma pá de cal na questão do imposto sindical, declarando-o não obrigatório. Fase é extremamente negativa e das centrais se pode dizer o que Mao Tse Tung falou sobre o capitalismo: tigres de papel.

Parcerias
O mundo fantástico está na via do Atlético Paranaense: Mario Celso Petraglia teria anunciado uma parceria com entidades ligadas a moedas virtuais. Mais um salto tecnológico na atmosfera do bitcoin.

Duda de novo
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, homologou a delação do marqueteiro Duda Mendonça, firmada com a Polícia Federal, e na qual confirma que recebeu R$ 6 milhões da Odebrecht, via Caixa 2, para a campanha de Paulo Skaf (MDB) ao governo de São Paulo em 2014. Isso dá frevo na campanha eleitoral em andamento, em que Skaf aparece em segundo lugar, logo atrás de João Doria (PSDB).
Duda atuou nas campanhas de Lula em 2002 e 2006 e nas vitórias de Dilma Rousseff em 2010
e 2014.

Nulidades
Além do foco de resistência do STF em sua segunda turma, adversários da Lava Jato apostam as fichas nas consequências do enquadramento do ex-procurador Marcelo Miller e de Joesley Batista e Francisco de Assis como possíveis geradores de nulidades sobre as delações. Todas as tentativas de abafa, ao longo do processo, buscam juridicidade nessas situações.

Folclore
Brincadeira das redes sociais com o Atletiba: quando a Alemanha foi campeã do mundo em 2014 usava um a camisa meio parecida com a do Atlético Paranaense e agora quando perdeu até da Coreia envergava uma semelhante à do coxa.