O empresário e lobista Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador Beto Richa (PSDB), morreu em um acidente rodoviário nesta terça-feira (8), em Itiquira, no Mato Grosso. Ele era réu e chegou a ser preso em algumas das principais operações deflagradas pelo Ministério Público do Paraná e a Polícia Federal em crimes de corrupção

O acidente que vitimou o primo de Richa aconteceu por volta das 14 horas no km 11 da rodovia BR-163. Segundo apurou a reportagem, Abi Antoun era passageiro de uma camionete VW Amarok que capotou em uma das curvas da rodovia e ficou preso nas ferragens. O tempo estava chuvoso. Até o início da noite os agentes da Polícia Rodoviária Federal contatados pela FOLHA não haviam confirmado a morte do empresário, cuja família reside em Londrina. Por conta da dificuldade na comunicação em função do mau tempo que fazia na região, havia informações desencontradas se a vítima fatal seria ele ou o condutor da camionete, Henrique de Moraes Silveira Tsuneda, que foi encaminhado ao Hospital Regional de Rondonópolis (MT). A concessionária da rodovia, Rota do Oeste, acabou confirmando o óbito de Abi.

O advogado do empresário, Anderson Felipe Mariano, também confirmou a informação. Mariano representou Antoun diante das acusações de crimes de organização criminosa e corrupção passiva, derivadas da Operação Integração, e que tramita na 23ª Vara Criminal de Curitiba, da Justiça Federal. Antoun ficou conhecido quando o Gaeco de Londrina (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), realizou a Operação Voldemort, que revelou que Antoun era o verdadeiro dono da oficina Providence Auto Center, de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), e que tinha contrato com o governo do Estado na gestão de Beto Richa.

Além disso, o primo do ex-governador também era acusado de participação na Operação Quadro Negro e era investigado nas operações Publicano, Integração e Rádio Patrulha, na qual chegou a ser preso. Na Operação Quadro Negro, ele era acusado de corrupção passiva no processo que investigou o desvio de R$ 20 milhões na construção e reformas de escolas públicas no governo de Beto Richa.

Antoun tinha retornado do Líbano há cinco meses, para onde fugira em 2018. Ele teve a prisão preventiva suspensa pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por tempo indeterminado, em março do ano passado.

Em nota o ex-governador Beto Richa se pronunciou com poucas palavras sobre a morte do primo. “Que Deus conforte a família e os amigos neste momento trágico e triste".

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